Boa Midia

Duplicação da BR-163/364 Cuiabá-Rondonópolis se arrasta

As pontes em Juscimeira
Em ritmo lento, se arrastando. Assim é a duplicação da BR-163/364 da divisa com Mato Grosso do Sul a Sinop, no trecho dado em concessão ao Grupo Odebrecht, para exploração por seu empresa Rota do Oeste. No ponto mais movimentado da rodovia, entre Cuiabá e Rondonópolis, há dois gargalos para a conclusão: a travessia urbana da capital, que está paralisada sob a justificativa do risco de contaminação de operários pelo coronavírus, e os contornos de Jaciara, São Pedro da Cipa e Juscimeira; nas duas últimas cidades o Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes (Dnit) avança na construção de pontes – em Jaciara tudo permanece na estaca zero.

Otimista, o Dnit acredita que concluirá as dois dois contornos ainda neste ano. Em São Pedro da Cipa operários trabalham nas pontes sobre o rio São Lourenço – uma em cada sentido do tráfego. Em Juscimeira são construídas as pontes sobre o pequeno rio Areias, que é afluente do São Lourenço. Mesmo com a rodovia sem pistas duplas em alguns trechos, a cobrança de pedágio permanece, implacável.

FILÉ – O maior corredor nacional de escoamento de grãos se estende por 850,9 quilômetros no trecho compreendido entre o trevo com a MT-220, no acesso a Juara, município de Sinop, e a divisa de Mato Grosso com Mato Grosso do Sul, em Itiquira. EM 2014 esse filé foi entregue pelo governo brasileiro ao Grupo Odebrecht, por 30 anos para exploração de pedágio em troca de sua duplicação e conservação, mas com um mimo nos moldes de pai para filho: 400 quilômetros seriam duplicados pelo contribuinte por meio do Dnit, porque tal trajeto já estaria licitado. Detalhe: a duplicação bancada pelo povo compreende os trechos de Rondonópolis a Cuiabá, e de Rosário Oeste a Posto Gil (de Diamantino), onde as rodovias 163 e 364 deixam  o trecho coincidente, com a primeira rumando ao Norte, e a outra a Oeste.

A rodovia nos arredores de Rondonópolis

Todo contrato tem cláusula temporal. Nesse caso, a Rota do Oeste deveria duplicar a rodovia fora do trecho encarregado pelo Dnit para tanto. Caberia a ela, em cinco anos, executar a obra em dois segmentos: da divisa Mato Grosso-Mato Grosso do Sul a Rondonópolis, e de Posto Gil a Sinop. Tal responsabilidade contratual não foi cumprida entre Posto Gil e Sinop.

Mesmo sem investir R$ 5,5 bilhões previstos no contrato, e de braços cruzados no tocante às obras, a Rota do Oeste faz da concessão um maná quando o assunto é cobrança de pedágio. No trecho concedido operam nove praças de pedágio (três entre Rondonópolis e Cuiabá).

A concessão é imoral. O Grupo Odebrecht está envolvido em grandes escândalos de desvio de dinheiro público nos governos dos petistas Lula da Silva e Dilma Rousseff. A cobrança de pedágio sem a duplicação e com a Rota do Oeste justificando que não consegue financiamento junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) em razão do escândalo em que se meteu o Grupo Odebrecht é um tapa na cara dos usuários da rodovia e do Poder em sua amplitude.

Redação blogdoeduardogomes

FOTOS:

1 – Dnit – Divulgação

2 – blogdoeduardogomes

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