Um olhar sobre Mato Grosso
Nosso Mato Grosso um gigante em produção e produtividade de commodities, um Estado que deve parar de pensar e realmente começar a investir maciçamente em industrialização, nos próximos anos, para agregar valor e manter sua competitividade no mercado internacional.
Neste contexto de desigualdades a industrialização se insere como uma estratégia para se alcançar o desenvolvimento com justiça social; um método para se atenuar o descompasso entre os indicadores PIB e IDH em Mato Grosso. Isto porque os bens industriais permitem maior geração/agregação de valor, comparativamente aos produtos primários.
É no setor industrial que se formam os encadeamentos produtivos para frente e para trás, gerando não apenas muitos empregos diretos, mas também fomentando a formação indireta de empreendimentos com inovação tecnológica
Especialmente as empresas do setor agropecuário de Mato Grosso apresentam uma excepcional performance. Se por um lado à atividade econômica e a dinâmica da produção do estado revelam uma potência que cresce em ritmo chinês,em outro flanco a qualidade de vida dos cidadãos do estado é extremamente precária, inversamente proporcional à realidade pujante do agro mato-grossense.
O que ocorre é que a riqueza é concentrada em Mato Grosso, e esta bonança não se traduz em bem-estar para o conjunto da população, é o que revela o contraste entre o PIB e o IDHM do estado.
Outro grande obstáculo é vencer os desafios da logística que é outro ponto importante para industrialização do Estado. Enquanto gasta-se milhares de milhões com rodovias para transportar e escoar nossa Safra deveríamos planejar e ter como prioridade investimento em ferrovias, e mesmo hidrovias para cortar Mato Grosso e o Oeste do Brasil. A Ferronorte chegou a Rondonópolis há mais de 10 anos e não avançou.
A criação dessas alternativas de escoamento – que se refletem positivamente na rentabilidade das lavouras do Estado, ao reduzir o custo do frete – deve-se a um consistente movimento dos produtores da região que se organizaram em entidades representativas como a Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja) e Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat). As organizações uniram esforços – e recursos, entretanto, em contrapartida o Governo tem que acentuar e incentivar essa conjuntura de esforços para fomentar esses avanços tão significativos para a economia mato grossense mesmo que a longo prazo, o primeiro passo bem planejado sempre é um bom sinal.
Como servidor estadual lotado no Instituto de defesa agropecuária de Mato Grosso há 15 anos estamos umbilicalmente ligado à Agricultura e Pecuária e nesse tempo todo tenho observado tanto a vontade de avançar nesses temas quanto também nos entraves burocráticos impostos por interesses de grupos nesses planejamentos e posso citar que como no início do tema abordado conciliar esses planejamentos com a expertises do mercado privado e aí me vem à mente uma bandeira que um amigo vem carregando a 25 anos que é o empresário
Luiz Carlos Nigro que ocupou durante três anos e meio junto ao governador Pedro Taques a secretária adjunta de turismo e já milita há bastante tempo na área de turismo no Estado. Precisamos somar esforços com quem realmente conhece de determinados segmentos.
O turismo é uma ferramenta que temos para gerar emprego e renda para toda população tanto na capital Cuiabá como em variados municípios de Mato Grosso onde posso citar Barra do Garcas, nosso PANTANAL e sua biodiversidade única, salto do céu, Tangara da serra, Aripuanã, hoje a revitalização do complexo da salgadeira e a própria Chapada dos Guimarães com suas belíssimas cachoeiras e quedas d’águas.
Com o turismo se consegue gerar emprego e renda nos lugares mais distantes do Estado, em suma o turismo vem se consolidando cada vez mais como uma espécie de indústria.
Porém convém reforçar da necessidade que precisamos estruturar essas cidades com segurança, saúde, infraestrutura, hotéis, parques, quer dizer, a cidade tem que estar organizada para receber bem todo e qualquer visitante e que esse mesmo turista desperte o desejo de sempre retornar.
Mais nada mais interessante e importante para a economia mato-grossense que a questão da verticalização da produção no Estado, porque hoje se discute muito em conceder ou não incentivos fiscais, taxar ou não o agronegócio, sobre a lei Kandir que está defasado e precisa ser reavaliado, da taxação dos agrotóxico, das commodities agrícolas, porém precisamos não apenas resolver isso mas vender nosso Estado e atrair a industrialização de benfeitorias para dentro do Estado.
Somos o maior produtor de algodão do país, e não termos uma tecelagem aqui. Então precisamos quebrar essa cadeia, precisamos agregar valor ao nosso produto. E isso vale para a soja, o milho, dentre outras culturas e temos mapeados todas unidades produtoras agrícolas e a partir de 2019 daremos um grande salto na pecuária mato-grossense com nossas mais de 30 milhões de cabeças de gado com o início da retirada da vacinação contra a febre aftosa e a necessidade de um planejamento estratégico e aporte financeiro do tamanho justo e necessário para sermos excelência no mercado internacional.
Se você leitor acompanhou essa trajetória sabe que o poder público e o privado vão além de muita coisa se caminharem juntos.
É preciso uma reflexão profunda nesse diálogo que começa com a superação de diferenças ideológicas, partidárias, entre público e privado e passarmos a pensarmos no BEM COLETIVO para todos os três milhões de cidadãos mato-grossenses.
Max Campos é servidor público estadual do INDEA, técnico agropecuário e bacharel em direito
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