Boa Midia

Governo e ONU lançam cartilha com orientações a venezuelanos no Brasil

A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves

O governo federal e a Organização Internacional para as Migrações (OIM), que integra o sistema das Nações Unidas, lançaram ontem(17) uma cartilha com orientações sobre direitos humanos a venezuelanos acolhidos pelo Brasil no âmbito das iniciativas de resposta humanitária a esses cidadãos. O objetivo da cartilha é facilitar a adaptação de milhares de venezuelanos que vêm cruzando a fronteira em razão da situação política e econônica do país vizinho.

O guia reúne informações importantes para o estabelecimento desses migrantes no país, tais como os trâmites e procedimentos para emissão de documentos, direitos e deveres previstos na legislação, além de órgãos públicos relacionados a essas atividades.

O documento explica como e onde um migrante pode regularizar sua situação no Brasil, seja solicitanto autorização de trabalho ou residência, ou ainda requerendo a condição de refugiado. Com a regularização, o texto detalha como solicitar documentos importantes como a Carteira de Registro Nacional Migratório, a permissão provisória de registro nacional migratório ou o protocolo para obter a condição de refugiado.

Também são apresentados os passos para obter uma Carteira de Trabalho, bem como os direitos trabalhistas dos migrantes e refugiados. Entre as informações listadas estão o valor do salário-mínimo, o regime de trabalho no país e as garantias presentes na legislação, como décimo-terceiro salário, seguro-desemprego, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), licença-maternidade e auxílios em situação de acidente de trabalho.

O texto também elenca violações trabalhistas proibidas no Brasil, como práticas que configuram condição semelhante à escravidão – trabalho forçado, jornada exaustiva, condições degradantes e servidão por dívida. Além disso, lista o que pode e o que não pode ser descontado do salário do trabalhador.

A cartilha elenca órgãos públicos diversos ligados aos direitos e deveres dos migrantes, tais como a Polícia Federal, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, o Ministério Público do Trabalho, os conselhos tutelares e a Defensoria Pública Federal. Além disso, lista serviços de ajuda, como o Disk 100 (para envio de denúncias de violações de direitos humanos), Disk 180 (recebimento de denúncias de violência contra a mulher) e Proteja Brasil (aplicativo para denunciar violações contra crianças e adolescentes).

Acesso à informação

A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, destacou que a cartilha demonstra uma disposição em receber os venezuelanos que vêm morar aqui. “A cartilha é para dizer: ‘sejam bem-vindos’, de uma nação que acolhe. Além de ser um material informativo, é uma demonstração de respeito aos nossos irmãos venezuelanos”, afirmou.

O chefe da missão da OIM no Brasil, Setephane Rostiaux, lembrou que mais de quatro milhões de venezuelanos já deixaram o país em razão da situação política e econômica do país. Ele disse que o guia é um exemplo de como o Brasil tem dado uma resposta abrangente para o acolhimento dessas pessoas.

“O guia é resultado de esforço conjunto para assegurar acesso à informação e aos direitos de cada venezuelano no Brasil. Esperamos que ele possa facilitar acesso a direitos e serviços, com vistas a criar melhores condições com o objetivo de promover uma migração segura, que beneficie a todos”, assinalou.

Pacto de migração

O secretário nacional de proteção global do MMFDH, Sérgio Queiroz, falou sobre o fato de o Brasil ter revogado a adesão ao Pacto Global para a Migração Segura, Ordenada e Regular no início do ano. “Nossa Lei é invejável em seu escopo e abrangência. O Brasil tem tradição em receber, não precisamos receber críticas ao que escolhemos como nação fazer”, justificou.

 

Jonas Valente – Repórter Agência Brasil  Brasília

Comentários estão fechados.

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Vamos supor que você está bem com isso, mas você pode optar por sair, se desejar. Aceitar Leia Mais

Política de privacidade e cookies