Envergonhado, o rio Cuiabá passa de costas para Várzea Grande
Eduardo Gomes
@andradeeduardogomes
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Envergonhado, o rio Cuiabá passa por Várzea Grande olhando para a capital mato-grossense. A vergonha é pela falta de água naquela que é a maior cidade de Mato Grosso, com mais de 300 mil habitantes.
Diante dessa vergonha acredito que até o rio Cuiabá votou em Flávia Moretti (PL) para prefeita. Não pensem que exagero, pois na margem direita do envergonhado curso d’água, acontecem coisas que até Deus duvida.
Vergonha à parte, Flávia venceu Kalil Baracat (MDB) por conta da precariedade do sistema de distribuição de água e a falta de tratamento de esgoto. Seu mote de campanha não foi além de uma torneira seca e em alguns casos até com teia de aranha.
Seria utópico que ao ser empossada Flávia num passe de mágica enchesse as caixas d’água e que Várzea Grande trocasse sua condição de Saara para o lugar que geográfica e politicamente é seu: cidade pantaneira. No entanto, mesmo gozando o benefício dos primeiros passos no cargo que foi de Sarita Baracat e Lucimar Campos, a terceira prefeita várzea-grandense deve uma explicação.
Flávia criou um calendário para mostrar quando (dia e horário) os moradores serão contemplados com água. Se na campanha ela apresentasse o mesmo como proposta administrativa, certamente até o Milton Dantas de Oliveira, o Miltão (PSOL) seria mais votado do que ela. Não, a tabelinha molha e não molha é arraia-miúda. Explicação é o que precisamos.
A prefeita tem que dizer sem rodeios: quanto é necessário para dotar Várzea Grande de um sistema operante de captação, tratamento e distribuição de água, e de coleta e tratamento de esgoto. Qual a capacidade de investimento direto do município neste setor? Existem emendas impositivas e de bancada nas esferas federal e estadual, para socorrer a população sem água? Há algum plano para contratação de empréstimo para tal finalidade? Flávia não pode permanecer calada.
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Sobre emendas federais, Flávia tem o dever de dizer qual é o papel de seu partido, o PL, por meio dos deputados federais Nelson Barbudo, José Medeiros, Coronel Fernanda e 0 espólio do gabinete de Abílio Brunini ora gerido por Rodrigo da Zaeli. De igual modo, quanto há na área estadual por meio dos correligionários Gilberto Cattani e Elizeu Nascimento?
Além do sangue do meu sangue bolsonarista, Flávia precisará de habilidade, sensibilidade e humildade para pedir apoio ao senador Jayme Campos (União) e aos deputados estaduais Júlio Campos (União) e Fábio Tardin (PSB), todos de Várzea Grande.
A (sonhada) regularização da distribuição da água em Várzea Grande pode demorar até um ano, pois obra não se faz num piscar de olhos. Porém é preciso que a população acompanhe o cronograma dos trabalhos. Flávia tem que entender isso e também que o momento discurso passou. Agora é tempo de união de esforços, sem ranço ideológico ou fisiologia de sigla – o que é muito comum por aqui.
Que Flávia nunca durma nem acorde pela manhã pensando no calendário. Que seus sonhos sejam sobre a água e o esgoto. Que ela encontre meios de resolver o problema. Depois, com as torneiras jorrando, poderá partir de busca da terceirização do famigerado Departamento de Água e Esgoto (DAE), mas que o faça sabendo que terá pela frente a voracidade por dinheiro que é a marca característica da Câmara Municipal, e os interesses de seu vice-prefeito Tião da Zaeli (PL). Mas isso é coisa para o amanhã, caso o rio Cuiabá volte a passar olhando para Várzea Grande, onde a torneira seca decidiu a eleição de outubro do ano passado.
Foto:
Facebook da prefeita Flávia Moretti
Falou tudo que essa nossa Prefeita Flávia terá que ouvir. Pois ela tem que ter a humildade de abrir diálogo com os grandes e prestigiados líderes da nossa VG que é o Senador Jaime Campos e os Deputados Julio Campos, Eduardo BOTELHO e Fábio Tardim e pedir ajuda deles para resolver a médio prazo o problema da Água em VG. Caso contrário a sua Administração poderá ser um fracasso como foi a de Wallace e do Murilo.