Os 23 anos de uma grande conquista

Mato Grosso tem razão de sobra pra comemorar o dia 16 de janeiro. Foi nessa data, em 1996, o último foco de febre aftosa em suas invernadas, o que marcou o começo do tempo de plena sanidade animal bovina longe do fantasma daquela doença que tem forte apelo econõmico.
Transcorridos 23 anos sem notificação de foco de aftosa, Mato Grosso ocupa lugar de destaque na pecuária mundial. Suas plantas frigoríficas abateram 5,4 milhões de cabeças bovinas em 2018 e exportaram 301 mil 538 toneladas de carne de toda natureza, que corresponderam a 18,4% da exportação nacional e que deixaram a economia mato-grossense na condição de segunda maior exportadora do Brasil
Um rebanho com mais de 30 milhões de cabeças de mamando a caducando pasta em invernadas e recebe trato em confinamentos nos 141 municípios. Em Mato Grosso a pecuária bovina é a segunda maior atividade da cadeia do agronegócio perdendo somente para a soja.
Desde o último foco – clínico e sem comprovação laboratorial – que foi notificado no município de Terra Nova do Norte, Mato Grosso superou o tempo em que o pecuarista derramava querosene no cangote do animal imaginando que aquilo o livraria da aftosa e do temível gabarro. A pecuária avançou em conceitos. Encolheu o tempo de abate. Melhorou o aproveitamento de carcaça. Aumentou a média da produção de leite. Expandiu a agroindústria do setor com o surgimento de curtumes, e laticínios. Diversificou a produção de lácteos. Modernizou a frota transportadora. Aprimorou genética. Consolidou a comercialização por meio de leiloeiras que operam presencial e virtualmente. Recuperou áreas degradadas. Enfim, deu nova roupagem a atividade mais capilarizada no Brasil.
O grande responsável pela conquista da sanidade animal é o pecuarista, que cumpre seu dever aplicando as doses recomendadas. Mas, à frente da luta contra a aftosa se destacaram lideranças ruralistas, veterinários, políticos e empresários dos elos da cadeia pecuária. Dentre eles, Zeca D’ÁVila, Wilmar Peres de Farias, Pedro Paulo Andrade, Alzira Catunda, Ênio Arruda, Décio Cutinho, Leonir Ruggeri, Zelito Dorileo, Manequinho Albernaz, Luiz Carlos Meister, Luiz de Freitas, Luiz Elias Abdala, Dankmar Gunther, Kleiber Leite Pereira, José Lino Cabeção, José Almir da Silva, Paulo Garcia Nanô, Otaciano Alves, Adolpho Tadeu, José de Souza, Jorge Eduardo Raposo, Afrânio Santana, Miguel Chama, Fernando Tulha, Laércio Fassoni, Antônio Carlos Carvalho, José Teixeira (Zé da Guará), Manoel Paulino, Ademar de Matos Silva (Ademar Brucelose), Luiz Felippe, Jorge Pires, Duílio Mayolino Filho, Maurício Tonhá, Mário Bagini, Paulo Bilego, Mário Cezar Barbosa, José Ribeiro, Vasco Mil Homens Arantes Filho, Arésio Paquer, Érico PIana, Heitor Davi, Édson Andrade e outros.
Que a responsabilidade do pecuarista no tocante aos preceitos da política sanitária animal se reproduza nos demais segmentos econômicos mato-grossenses. Que o governo estadual respeite, valorize a não atrapalhe quem produz carne, leite, lácteos e couro. Que a carne de Mato Grosso se consolide cada vez mais enquanto importante pilar da política de segurança alimentar mundial. Comemoremos os 23 anos dessa grande conquista.
Eduardo Gomes de Andrade é editor de blogdoeduardogomes
FOTO: Arquivo Estância Bahia Leilões
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