Boa Midia

Zuquim decide se aceita ou não resolução da Assembleia pela soltura de Savi

Savi, 30 dias preso acusado de participar de um esquema que surrupiou R$ 30 milhões do Detran
Savi, 30 dias preso acusado de participar de um esquema que surrupiou R$ 30 milhões do Detran

Preso desde 09 de maio, o deputado estadual Mauro Savi (DEM) completa amanhã um mês atrás das grades. São 30 dias em que seus advogados e a Assembleia Legislativa tentam por todos os meios bota-lo em liberdade. A última cartada foi uma votação dos deputados, na noite de terça-feira, 05, que por 14 votos pela soltura fizeram a parte parlamentar em defesa do colega de legislatura. A cartada final começa na quinta, 07, com o desembargador do Tribunal de Justiça (TJ), José Zuquim Nogueira, mas poderá se estender ao pleno do TJ numa data que nem Deus sabe com exatidão. Esse episódio, além da sujeira no Detran, revela parte intestinal de Assembleia, que ficou exposta na sessão para definir pela soltura ou não de Savi.

Savi foi preso preventivamente por decisão de Zuquim, a pedido do Ministério Público (MP)  quando do desencadeamento da Operação Bereré pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) que apura um rombo superior a R$ 30 milhões no Detran, por uma suposta organização criminosa que dentre outros teria a participação dele, de seus colegas de Assembleia Eduardo Botelho/DEM (presidente), José Domingos (PSD), Wilson Santos (PSDB), Baiano Filho (PSDB), Nininho (PSD) e Romoaldo Júnior (MDB); do ex-governador Silval Barbosa; do ex-deputado federal Pedro Henry; do ex-chefe da Casa Civil do governo, Paulo Taques, que é primo do governador Pedro Taques; e dezenas de figuras menores, incluindo um irmão de Paulo Taques e, outro, de Wilson Santos.

Zuquim tem duas opções: decide nesta quinta se acata ou não a resolução da Assembleia pela soltura, ou se submete essa decisão ao pleno do TJ composto por 30 desembargadores.

 

VOTAÇÃO – Sem contar com Savi, preso, e presidida por Oscar Bezerra (PSB), uma vez que o presidente Eduardo Botelho alegou suspeição por ser um dos denunciados em Bereré, a Assembleia decidiu por 14 votos pela soltura; cinco parlamentares não deram a cara em plenário e quatro se abstiveram.

Votaram pela soltura: Gilmar Fabris (PSD), Wagner Ramos (PSD), Leonardo Albuquerque (SD), Marcrean Santos (PRTB), Maxi Russi (PSB), Pedro Satélite (PSD), Saturnino Masson (PSDB), Wancley Carvalho (PV), Guilherme Maluf (PSDB), Romoaldo Júnior, Silvano Amaral (MDB), Allan Kardec (PDT) e Janaína Riva (MDB).

Os ausentes foram Wilson Santos, Waldir Barranco (PT), Dilmar Dal’Bosco (DEM), Sebastião Rezende (PSC) e Zeca Viana (PDT).

A abstenção ficou por conta de Eduardo Botelho, Baiano Filho, José Domingos e Nininho.

Marcrean é suplente de deputado e vereador por Cuiabá. Chegou à Assembleia substituindo Adalto de Freitas,o Daltinho (Patriota), em licença médica.

 

DENUNCIADOS – Do grupo denunciado pelo MP e investigado pelo Gaeco, somente Romoaldo Júnior votou pela soltura de Savi. Os demais optaram pela abstenção.

 

Cenário desanimador

 

A Assembleia tem 24 deputados. Desses, 16 (Lista abaixo) ou são processados, ou estão com bens bloqueados, ou são delatados, ou são denunciados, ou são investigados por crimes de várias naturezas, mas todos de improbidade administrativa. A eles junta-se o suplente Ademir Brunetto (PSB), que acaba de substituir Baiano Filho em licença médica.

Brunetto foi delatado por Silval Barbosa ao Ministério Público Federal com homologação pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux. O ex-governador o incluiu ao grupo de 24 deputados estaduais que receberia mensalinho para fazer vistas grossas ao projeto da Copa do Mundo e ao programa rodoviário MT Integrado. O ex-presidente da Assembleia, José Riva, em depoimento à então juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane, apontou Brunetto entre os 33 deputados aos quais ele pagava mensalinho.

Brunetto cumpriu mandatos na Assembleia, mas não conseguiu se reeleger em 2014 ficando na suplência. O duplo mensalinho teria sido pago quando na titularidade do cargo.

A blindagem a Savi mostra união entre os deputados. Até mesmo a abstenção precisa ser vista com mais amplitude: pode ser estratégia para legitimar o resultado em plenário. A ausência também pode ser uma forma de mostrar que a decisão foi democrática, ou quase isso, já que nenhum parlamentar votou pela manutenção da prisão.

 

 

Lista 

 

01 – Eduardo Botelho.
02 – Mauro Savi.
03 – Wilson Santos.
04 – Baiano Filho.
05 – Sebastião Rezende.
06 – Pedro Satélite.
07 – Romoaldo Júnior.
08 – Dilmar Dal’Bosco.
09 – Gilmar Fabris.
10 – Oscar Bezerra.
11 – Silvano Amaral.
12 – Wagner Ramos.
13 – José Domingos Fraga.
14 – Nininho.
15 – Guilherme Maluf.
16 –  Daltinho.

(17) – Brunetto

 

Eduardo Gomes/blogdoeduardogomes

FOTO: Youtube

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