Boa Midia

Teatro faz da Orla do Porto um quilombo livre

A arte e o canto pela liberdade e igualdade racial
A arte e o canto pela liberdade e igualdade racial

A arte e educação levadas para as praças do Distrito Federal pelo Grupo Cultural e Social Grito da Liberdade estão ultrapassando as divisas entre os estados. Com o espetáculo “Quilombo da liberdade, Origens”, o grupo se apresenta na noite deste sábado (9), em Cuiabá. A apresentação acontece às 20h, no Museu do Rio, na Orla do Porto. O espetáculo para leva ao público mitos e ritos dos afrodescendentes numa mescla de capoeira regional e angola e das danças de puxada rede, dança do bastão e maculelê, em que os negros são protagonistas.

“Quilombo da Liberdade, Origens” é uma reverência a mitologias africanas explorando as técnicas de manipulação corporal, com uma linguagem artística de figurinos que resgatam a ancestralidade e coreografias que desafiam o limite do corpo humano, um encontro de corpo e alma.

O objetivo, de acordo com o idealizador do grupo, o mestre Cobra, é de descentralizar essa linda cultura e levá-la a um maior número de cidades, perpetuando-a e contribuindo para a formação cultural brasileira”, diz.

As danças são embaladas ao som de berimbaus, agogôs, atabaques, pandeiros e reco-reco, e trazem histórias reais e fictícias transmitidas pela cultural oral de raiz africana numa surpreendente cena.

Recebendo o grupo, o secretário-adjunto de Cultura, Justino Astrevo, reitera que o espetáculo é uma grande oportunidade para a Cuiabá dos 300 anos. “A difusão dessa cultura que o grupo representa soma-se à cultura local e ajuda à população a compreender um pouco de suas origens, principalmente os mais novos”, pontua.

No domingo (10), às 12h, o grupo vai se apresentar também na Comunidade Quilombola de Mata Cavalo de Cima, em Nossa Senhora do Livramento.

Sobre o Grupo

 

Desde 1980, Mestre Cobra trabalha a capoeira perpetuando a história das culturas de matriz africana. Nessa época, a capoeira era marginalizada, sendo praticada às escondidas, no mato. Em 1994, forma-se então, o grupo de capoeira Grito de Liberdade. Cobra torna-se mestre e perpetua a capoeira não somente como uma luta ou dança, mas como qualidade de vida, como uma arma de conhecimento de si, do outro e do mundo, para fortalecermos nossa identidade e ancestralidade, conectando-nos com o futuro.

O Grupo Cultural e Social Grito de Liberdade está espalhado pelo DF e pelo Brasil, formando capoeiristas também em Goiás, Minas Gerais, Piauí e Rio Grande do Norte. São muitos alunos, entre meninos e meninas, homens e mulheres de todas as idades, vindos de todo canto da sociedade. Além dos constantes treinos, o grupo produz diversos encontros, entre batizados, trocas de cordel, rodas festivas, festivais de dança e campeonatos. Há também um trabalho de formiguinha, feito diariamente por mestre Cobra e seus discípulos, de resgate de jovens em situação de risco. Aos poucos, esses jovens vão encontrando e percebendo na roda de capoeira seu valor e sua individualidade, conectando-se à arma e brincadeira deixada por seus ancestrais.

FOTO: Reprodução

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