Boa Midia

Respeito ao idoso

Das poucas coisas que temos certeza na vida uma delas é que vamos morrer. Só não sabemos o dia e para isso digo, ‘Glória, a Deus’.

A segunda é que enquanto tivermos vida estaremos envelhecendo. A idade é fixa somente àqueles que já se foram. Portanto, seja você rico ou pobre, negro ou branco, bonito ou feio vai envelhecer igualmente ou quase, levando em consideração os avanços da medicina estética.

O tempo passa e para todos e traz consigo, inevitavelmente, rugas e perda gradativa da força e resistência física. O corpo passa a ser mais lento que o cérebro, braços e pernas passam a não responder com a mesma agilidade que pensamos, a visão diminui…

Não é necessário chegar aos 60 anos, entrar na velhice propriamente dita, na terceira ou “melhor idade” para percebermos as mudanças. Para dizer a verdade, queria saber quem inventou esse termo “melhor idade”.

“Melhor idade” para que mesmo? Em um país onde nem a própria família respeita seus idosos como vamos exigir da sociedade um tratamento diferenciado e preferencial aos nossos velhos?

Em 2017, o disque 100, serviço da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, registrou 33.133 denúncias de violência e 68.870 violações de direitos.

Nas denúncias de violações, 76,84% envolveram negligência, 56,47% violência psicológica e 42,82% abuso financeiro e econômico. O pior de tudo é que a maior parte dos casos, 76,3%, ocorreu na casa da própria vítima, praticado por familiares ou pessoas que teriam a responsabilidade de cuidar.

Este mês o Estatuto do Idoso(lei 10.741, de 1º de outubro de 2003) completou 15 anos. Todavia, mesmo depois de uma década e meia e da ampla divulgação continua não sendo respeitado, assim como tantas leis brasileiras.

É certo que nenhum ser humano é capaz de instituir modos que não lhe são peculiares. Ou seja, se você não trata bem seus pais ou avós, como o respeito devido, como poderá exigir que seus filhos o façam.

E aqui cabe algumas frases feitas: ‘filho de peixe, peixinho é; “a macieira só pode produzir maça” ou “a fruta não cai longe do pé”.

Mas esta semana uma iniciativa interessante ocorreu em Cuiabá. A Academia de Polícia Militar Costa Verde reuniu mais de 350 policiais para debater sobre a “terceira idade”, as conquistas e desafios do Estatuto do Idoso.

O evento reuniu autoridades em torno de uma proposta importante: ampliar os conhecimentos dos policiais militares sobre a legislação e formar neles um olhar mais sensível e atento à questão, ao respeito aos idosos e a legislação que os protege.

Essa proposta é justa e oportuna, afinal, além de estarem nas ruas, serem os primeiros a chegar nos locais onde ocorrem a violência, os policiais também têm seus idosos e estão envelhecendo.

Pense como você, leitor, quer ser tratado na velhice. Pensou? Então passe a tratar os idosos de hoje da maneira como quer ser visto e tratado no futuro.

Alecy Alves – jornalista e estudante de Serviço Social

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