Boa Midia

Qual é o prazo de validade dos implantes mamários?

Cinquenta e cinco anos se passaram desde que Timmie Jean Lindsey, uma americana mãe de seis filhos, tornou-se a primeira mulher a receber um implante de silicone para aumentar o tamanho dos seios.

Da década de 1960 para cá, a operação, originalmente realizada no hospital Jefferson Davis, em Houston, no estado do Texas, nos Estados Unidos, converteu-se na cirurgia plástica mais popular no mundo – com 1.449.337 de procedimentos utilizando silicone em 2016, segundo dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS, em inglês).

Ter mamas maiores é uma das cirurgias mais solicitadas e frequentes nos consultórios de cirurgia plástica no Brasil. Inclusive, o país figura em segundo lugar no ranking internacional em relação às intervenções com silicone, com a realização de 204.710 procedimentos no último ano.

Apesar da popularidade dos implantes mamários, algumas questões continuam atuais quando se trata de tomar a decisão de mudar o tamanho e a forma dos seios. Entre elas, está a dúvida acerca do prazo de validade desses dispositivos.

A realidade é que as próteses de mama podem ser definitivas em alguns casos, porém uma boa parte das pacientes trocarão as próteses no futuro. Quais trocarão no futuro? Essa é uma pergunta sem resposta. No entanto, as próteses são projetadas para serem duradouras e seguras – fruto de décadas de pesquisa com envoltórios mais resistentes e conteúdos mais estáveis.

Atualmente, é comum que esses dispositivos preservem-se por mais de uma década, com chance de ruptura crescendo cerca de 1% ao ano. Ou seja, depois de dez anos, há 90% de chance de que o implante ainda estará totalmente intacto.

Mas, para efeito de monitoramento e controle da cirurgia, as mulheres que optam por aumentar os seios com implantes devem estar preparadas para check-ups anuais, bem como para a realização de autoexames. Aliás, pacientes e profissionais devem se manter vigilantes. A questão é fazer a troca (ou remoção) da prótese baseada apenas no tempo passado após a cirurgia, mas não existe uma resposta simples para isto. Cada paciente deve ser avaliado individualmente. Uma coisa é consenso: quando há endurecimento (contratura capsular) no exame físico ou exame de imagem, com sinais de ruptura do implante, a melhor opção é a troca da prótese.

O vazamento de implante de gel de silicone é difícil de se detectar em casa, o que levou à origem do termo “ruptura silenciosa”. Tanto que a FDA, agência que regula o setor de alimentos e medicamentos nos Estados Unidos, recomenda que as mulheres que tenham próteses façam exames de ressonância magnética três anos após o procedimento e, depois, regularmente a cada dois anos. Isto, para detectar pequenas rupturas que não seriam identificadas mesmo durante o exame físico de um médico.

Se existe uma infinidade de tipos de corpos e mamas, bem como inúmeras combinações de tamanhos, envoltórios, conteúdos e locais da cicatriz para a colocação da prótese, também há uma variedade de formas com que a cirurgia de prótese de mama irá evoluir ao longo dos anos. A propósito, as mamas também mudarão com a passagem do tempo – seja pelo aumento da elasticidade da pele, alterações no peso corporal ou mudanças hormonais, entre outros fatores.

Manter consultas periódicas com um cirurgião plástico qualificado, de preferência aquele que realizou a operação original, é uma maneira de tirar dúvidas em relação à vida útil dos implantes e também de se preparar para o eventual procedimento de substituição ou remoção destes – já que é preciso se conscientizar de que uma cirurgia adicional é uma realidade provável para o futuro.

Acima de tudo, a cirurgia de mama é uma das cirurgias mais realizadas por conta do alto grau de satisfação das pacientes, pela segurança oferecida pelas próteses atuais e pelos padrões contemporâneos de beleza que levam as mulheres a desejar este procedimento.

Jubert Sanches é cirurgião plástico e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Também é membro internacional da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica (ASPS) e membro da American Society for Aesthetic Plastic Surgery (ASAPS).

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