O ritmo louco e ao mesmo com irreverente comportamento de John Wesley

Eduardo Gomes
@andradeeduardogomes
eduardogomes.ega@gmail.com

Não é sertanejo raiz nem sertanejo universitário, muito menos forró pé de serra ou MPB; também não se enquadra como samba, axé music, bolero dor de cotovelo; marchinha e blues, nem pensar. Porém, todos esses ritmos e muitos outros têm algo em comum com o estilo musical do mato-grossense que se esconde sob o pseudônimo artístico de John Wesley, cuiabano de berço (ou tchapa, como dizem), guri em Várzea Grande, universitário em Barra do Bugres e agricultor em Novo São Joaquim, registrado com o nome de João Evangelista, mas com Wesley  entre um e outro. Se me obrigassem a definir o ritmo de John Wesley diria que é algo louco por seu ineditismo, mas ao mesmo tempo um tempero sonoro com irreverente comportamento.

O curso de Engenharia de Produção Agroindustrial na Unemat, em Barra do Bugres, ficou para trás. O trabalho sol a sol no Projeto de Assentamento Santo Idelfonso, no Morro do Sobrado, em Novo São Joaquim, no Vale do Araguaia, é coisa do passado. Sua identidade agora é artística. Este xomano, que compõe, canta e toca violão tem um ritmo cuja identificação nem mesmo o Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira sabe o que é. Melhor é ouvi-lo. Sua voz é melodiosa e ele consegue dar rima até mesmo às frases quebradas e desafiadoras para as melhores gargantas.

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Aos 43 anos, tentando ser cowboy gringo-pantaneiro, debaixo de um chapelão com adereços do campo, fivela texana, bota com bico de matar barata no canto da parede, trazendo na cinta uma falsa caparonga de vaqueiro, John Wesley quer espaço na música brasileira. O caminho às gravadoras, para algumas de suas 100 composições autorais, segundo ele, passa pela sua dimensão nas redes sociais: precisa de seguidores no Instagram, Youtube e no Tik Tok, onde suas músicas estão disponíveis.

Comente sobre esta matéria e peça os endereços a John Wesley.

Ouçam suas músicas e, se possível, depois comentem comigo. Confesso que ouvi algumas, gostei tanto da interpretação quanto da presença cênica do artista, mas não sei dizer quais os seus ritmos, pois não tive definição para nenhum. Mesmo sem bola de cristal, mas sou capaz de apostar que John Wesley em breve estará nas paradas musicais.