Boa Midia

Imunoterapia e a recidiva do câncer

*André Crepaldi
Cuiabá

A imunoterapia tem se destacado como uma alternativa promissora para diminuir a recidiva do câncer, um dos principais desafios na oncologia moderna. Tradicionalmente, o tratamento envolve cirurgia, radioterapia e quimioterapia, métodos que, embora eficazes em muitos casos, nem sempre conseguem barrar a doença.

Nos últimos anos, esse método tem mostrado um potencial significativo ao utilizar o sistema imunológico do próprio paciente. E ela funciona de diversas maneiras. Os inibidores de checkpoint imunológico, por exemplo, bloqueiam proteínas utilizadas pelas células cancerígenas para evitar a destruição pelo sistema imunológico.

Medicamentos como pembrolizumab e nivolumab têm sido eficazes em prolongar a sobrevida livre de recidiva em pacientes com melanoma e câncer de pulmão de pequenas células. Outra abordagem são as terapias com células T CAR, que envolvem a modificação genética das células T do paciente para que seja possível identificar e destruir células cancerígenas.

Esses meios têm mostrado resultados promissores, especialmente em leucemias e linfomas resistentes a outros tratamentos. Um dos principais benefícios da imunoterapia é a capacidade de induzir uma resposta imunológica duradoura, conhecida como memória imunológica.

Isso permite que o sistema imunológico “lembre” do câncer e responda mais rapidamente em caso de recidiva. Além disso, a imunoterapia pode eliminar células cancerígenas residuais que possam ter sobrevivido aos tratamentos convencionais, reduzindo assim a chance de recidiva.

Também é capaz de modificar o microambiente tumoral, tornando-o menos favorável ao crescimento de células cancerígenas e mais propício para a atividade das células imunológicas. No entanto, a imunoterapia também apresenta desafios significativos.

Efeitos colaterais podem ser severos, incluindo reações autoimunes, e algumas células cancerígenas podem desenvolver resistência ao tratamento. A identificação de biomarcadores para prever quais pacientes respondem melhor à imunoterapia é outra área de pesquisa essencial.

Apesar desses desafios, a imunoterapia representa uma revolução no tratamento do câncer. A capacidade de personalizar o tratamento com base no perfil imunológico do paciente e a promessa de respostas imunológicas duradouras oferece uma nova esperança para a redução da recidiva do câncer.

À medida que a pesquisa avança, espera-se que esse novo tipo de tratamento se torne uma parte integral do tratamento oncológico, proporcionando maior sobrevida e melhor qualidade de vida para os pacientes.

*André Crepaldi é oncologista e hematologista em Cuiabá

Comentários estão fechados.

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Vamos supor que você está bem com isso, mas você pode optar por sair, se desejar. Aceitar Leia Mais

Política de privacidade e cookies