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Guerra na Ásia, crise em Mato Grosso

Tanque iraniano
Tanque iraniano

Irã e Estados Unidos estão com os dedos no gatilho. Há uma tensão muito grande no Golfo Pérsico e a comunidade internacional teme uma guerra entre os dois países, que por somente já seria catastrófica, mas que pode ser ainda pior pelo possível envolvimento da Arábia Saudita, Israel e outros países. Mesmo distante 12.300 quilômetros da área sob ameaça bélica e mantendo neutralidade, o Brasil seria duramente afetado caso acontecesse  tal conflito. Mato Grosso seria atingido economicamente – afinal Teerã é o segundo maior destino das commodities agrícolas mato-grossenses, perdendo somente para a China.

Na quinta-feira, 20, o Irã abateu um drone espião dos Estados Unidos. Ambos os países confirmaram tal fato, mas cada um apresentou sua versão: Washington teima que o aparelho voava em espaço aéreo internacional. O regime dos aiatolás insiste que houve invasão área em seu território. O presidente Trump reagiu ameaçador à derrubada do drone. O primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu pede apoio aos Estados Unidos para enfrentar o Irã.  O manda-chuva em Teerã, aiatolá Ali Khamenei desafia Washington e defende a destruição do Estado Judeu, o que faz Netanyahu guardar a sete chaves seu passo preventivo contra a fabricação de bomba nuclear pelos iranianos.

Poderio naval dos Estados Unidos
Poderio naval dos Estados Unidos

A comunidade internacional teme que algum passo em falso acenda o estopim de um guerra que poderá resultar na morte de milhões de pessoas e que seria duro golpe à economia global, pois boa parte do petróleo consumido no ocidente é iraniano – essa produção entraria em colapso.

O Irã é um grande parceiro comercial do agronegócio brasileiro. Para Mato Grosso é o segundo grande importador. Em 2018 a economia mato-grossense exportou US$ 16,141 bilhões (FOB) sendo que US$ 1,22 bilhão (FOB) saiu dos cofres de Teerã para pagamento de milho, carne de frango e bovina, e de outros produtos.

Uma guerra devastadora com uso da mais avançada tecnologia bélica dos dois lados do conflito, praticamente devolveria o Irã ao lugar que ocupava antes do petróleo entrar em cena: um país persa perdido no mapa da Ásia e sem condições imediatas de retomar a importação de produtos agrícolas brasileiros.

Sem guerra o Irã é um país altivo, com 82 milhões de habitantes em seu território com 1.648.195 km², equivalente à soma das áreas do Pará e Maranhão.

Mergulhado numa grave crise administrativa e com o Estado inadimplente Mato Grosso está na corda bamba. Se a tensão ora reinante ceder lugar à harmonia entre as partes envolvidas, ótimo – a porta de entrada iraniana será importante para a economia mato-grossense. Se houver guerra o parceiro comercial Irã sai do mapa e poderá arrastar consigo outros importadores de nossas commodities, a exemplo da Arábia Saúdita, Israel, Kuwait e – num agravamento do cenário – também a Turquia.

Eduardo Gomes de Andrade – Editor de blogdoeduardogomes

eduardogomes.ega@gmail.com

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