Boa Midia

(Fr) – Dr. Leonardo e o relatório que tomou Doril

Dr. Leonardo na Câmara

Relator da CPI do Ministério Público na Assembleia Legislativa, Dr. Leonardo não apresentou o relatório sobre a mesma, pra ser votado. O relatório tomou Doril. Mas, afinal que é Dr. Leonardo, o político que exerce mandato de deputado federal e que se chama Leonardo Ribeiro Albuquerque?

 

Rio Verde, em Goiás, é um dos berços do agronegócio brasileiro. Foi lá, em 14 de junho de 1978 que nasceu o goianinho Leonardo Ribeiro Albuquerque, filho do casal Francy e Maritônio Albuquerque, ambos com sangue cearense nas veias. Seo Maritônio foi sócio de um dos reis do algodão nacional, Paulo Lopes.

Cearense que é cearense não é de ficar plantado em cidade nenhuma. Em 1980 seo Maritônio foi com a família pra São João do Ivaí, no Paraná, de onde descobriu Mirassol D’Oeste, na faixa de fronteira com a Bolívia, no polo de Cáceres, e ali, no final dos anos 1980 montou uma algodoeira.

O menino Leonardo se misturava às crianças em Mirassol, nas peladas em campinhos de chão vermelho. Jovem, veio para capital mato-grossense e cursou medicina na Universidade de Cuiabá (Unic) e se formou em 2005. É clínico geral e tem pós-graduação em Psiquiatria.

Na medicina atuou em Cuiabá e Várzea Grande. Em 2006 prestou serviço militar no 2º Batalhão de Fronteira do Exército em Cáceres, com a patente de 2º tenente. De volta à vida civil atuou enquanto médico naquela e cidades da região.

Dr. Leonardo tem uma veia política e notou que em Cáceres havia um vácuo de representação parlamentar estadual e federal. Certamente sonhou em ser deputado, mas antes desse salto, em 2012, pelo PSD do então poderoso deputado estadual e mandachuva José Riva, disputou a Prefeitura de Cáceres numa chapa que se completava com a advogada cacerense Anne Viegas (PSB). O vencedor foi Francis Maris (PMDB), que depois se reelegeria.

Na disputa pela prefeitura Dr. Leonardo recebeu 21.318 votos. Francis venceu com 21.630. Foi um empate técnico, com leve vantagem pra Francis.

Dois anos depois da derrota para prefeito Dr. Leonardo se candidatou a deputado estadual pelo PDT, que era o partido do senador Pedro Taques, que seria eleito governador naquele ano. Vivo pra daná, Dr. Leonardo descartou o padrinho José Riva, que naquele momento começava a cair em desgraça. Chegou à Assembleia com a 10ª maior votação ao cargo naquele pleito: 34.753 votos.

Em março de 2016, quando Riva já estava morto politicamente, Dr. Leonardo voltou para o PSD, que era e continua comandado pelo senador biônico e ex-vice-governador Carlos Fávaro.

Em 2018 Taques tinha três sonhos: se reeleger governador; eleger seu ex-secretário de Educação, Marco Marrafon, deputado federal pelo PPS; e derrotar seu ex-vice-governador Carlos Fávaro (PSD) ao Senado. Somente o último se realizou. Mas, pra eleger Marrafon seria preciso lançar nomes fracos, que somassem votos para a coligação a deputado federal formada pelo PSDB, PPS, PSB e SOLIDARIEDADE. Dr. Leonardo caiu como luva para o governador.

Dr. Leonardo caiu como luva para Taques porque estava no SOLIDARIEDADE, partido controlado em Mato Grosso pelo prefeito de Rondonópolis, Zé Carlos do Pátio; porque sua chance de eleição era mínima – pra não dizer zero -; e porque o prefeito rondonopolitano fazia seu jogo em agradecimento ao esquema montado por Taques em 2016 para elegê-lo.

Em 2016 Taques conseguiu a proeza de lançar Percival Muniz/PPS e seu vice Rogério Salles/PSDB na disputa pela prefeitura de Rondonópolis. Os dois morreram abraçados e Zé do Pátio chegou ao poder, onde esteve antes.

2018 – Zé do Pátio arrasta Dr. Leonardo pro seu partido

Em 13 de março de 2018 Dr. Leonardo se filiou ao SOLIDARIEDADE num evento no Hotel Fazenda Mato Grosso, em Cuiabá. O deputado federal Paulinho da Força (SP) e Taques prestigiaram o ato. Dr. Leonardo foi lançado pré-candidato a deputado federal. Marrafon sorriu.

Eleito com 52.335 votos para a Câmara, Dr. Leonardo ganhou espaço no projeto político de Zé do Pátio, que precisa torpedear políticos de seu município – com o olhar lançado sobre 2022, quando pretende concorrer ao governo.

Cadê o relatório da CPI que estava aqui?

 

Na Assembleia

Dr. Leonardo quando deputado estadual foi relator da CPI do Ministério Público, instalada em novembro de 2015, para investigar e apurar possível improbidade administrativa por parte de procuradores e promotores de Justiça na emissão e troca de cartas de créditos, que segundo o mesmo parlamentar poderiam conter irregularidades que levariam os denunciados a terem que devolver ao Estado R$ 40 milhões corrigidos.

Segundo apuração da CPI, presidida por Oscar Bezerra (PSB), teria ocorrido a emissão de 45 cartas de crédito no período em que o MP foi chefiado pelo promotor Marcelo Ferra e o procurador Paulo Prado.

Dr. Leonardo não conseguiu apresentar o relatório da CPI. A legislatura chegou ao fim em janeiro de 2019 e pelo regimento da Assembleia, uma CPI não pode passar de uma para outra legislatura. Resumo: ficou o dito pelo não dito. Melhor: acabou em pizza.

BRASÍLIA – Na Câmara Federal, Dr.Leonardo é presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Agentes Comunitários de Saúde (ASC) e Agentes de Combate às Endemias (ACE).

Redação blogdoeduardogomes

FOTOS:

1 – Agência Câmara

2 – blogdoeduardogomes

3 – Site público da Assembleia Legislativa

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