Boa Midia

Dislipidemia: o inimigo silencioso do coração

Max Lima*
CUIABÁ

Você sabia que grande parte dos infartos, derrames e problemas nas artérias poderia ser evitada?
Um dos principais vilões por trás dessas doenças é a dislipidemia — quando há alterações no colesterol ou triglicérides que aumentam a formação de placas de gordura nas artérias.

O problema é que, na maioria das vezes, ela não causa sintomas. Por isso é chamada de “inimigo silencioso”.

A nova Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose – 2025 trouxe informações que todos precisam conhecer.

O que é dislipidemia?
É o aumento ou desequilíbrio das gorduras no sangue — em especial do colesterol LDL (o famoso “colesterol ruim”).
Quando ele está alto, favorece a formação de placas dentro das artérias, um processo chamado aterosclerose. Com o tempo, essas placas podem entupir vasos do coração (infarto), do cérebro (AVC) ou de outras regiões do corpo.

O que a ciência mostra hoje
As pesquisas são claras: quanto mais baixo o LDL, menor o risco de eventos cardiovasculares.
A nova diretriz brasileira reforça números que chamam a atenção:
• Quem já teve infarto, AVC ou possui alto risco cardiovascular deve ter o LDL abaixo de 55 mg/dL.
• Em quem já apresentou um segundo evento em pouco tempo, a meta é ainda mais ousada: menos de 40 mg/dL.
• Pessoas com risco alto, mesmo sem infarto prévio, devem buscar menos de 70 mg/dL.
• Já os que estão em risco intermediário ou baixo têm metas de 100 mg/dL e 130 mg/dL, respectivamente.

Além do colesterol
A diretriz também lembra que outros marcadores importam:
• ApoB e Lp(a), exames que podem indicar risco aumentado mesmo quando o colesterol parece “normal”.
• A circunferência abdominal é hoje vista como um marcador de risco mais relevante que apenas o peso na balança.

O que isso significa para você
A mensagem é clara: não basta “fazer check-up” uma vez por ano.
É preciso construir uma rotina de saúde, com:
• Alimentação balanceada (menos ultraprocessados, mais vegetais e proteínas de qualidade).
• Atividade física regular (150 minutos semanais já fazem diferença).
• Sono de qualidade (7–8 horas).
• Controle do estresse (respiração, espiritualidade, autocuidado).
• Acompanhamento médico regular para ajustes de metas, exames e, quando necessário, uso de medicamentos seguros e eficazes.

A mensagem da diretriz para todos nós
A nova diretriz não é apenas para médicos. Ela nos lembra de algo fundamental: a aterosclerose começa cedo, evolui em silêncio e pode ser evitada.
Cada escolha diária é um tijolo na construção de uma vida plena, longe de internações, medicamentos em excesso e limitações.
No fim, o que protege seu coração não é apenas o remédio prescrito, mas a ROTINA que você constrói todos os dias.

*Max Wagner de Lima – Cardiologista

Comentários estão fechados.

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Vamos supor que você está bem com isso, mas você pode optar por sair, se desejar. Aceitar Leia Mais

Política de privacidade e cookies