Bancada e governador fracos fecham portas internacionais

Submissa ao presidente Jair Bolsonaro. Assim é a bancada federal. O governador democrata Mauro Mendes também reza pela cartilha da submissão.
Esse ajoelhamento reflexe na ausência de representante mato-grossense na delegação de Bolsonaro, que nesse fim de semana embarcou para uma viagem de 10 dias ao Japão, China, Emirados Árabes Unidos, Catar e Arábia Saudita, em busca de fortalecimento das relações comerciais com aqueles cinco estados, que são mercados preferenciais das commodities agrícolas de Mato Grosso.
Bolsonaro corre atrás de parceiros comerciais. Conversará com chefes de governo e de Estado, e com a nata empresarial da região visitada. Mato Grosso não poderia ser excluído da delegação, por óbvias razões e, uma delas se chama China, o gigante que investe na economia mato-grossense sendo seu maior parceiro. Em 2018 os mandarins importaram US$ 5,42 bi (FOB) em produtos agrícolas e pecuários, com destaque para a soja, o que representou 33,5% da movimentação no período. Naquele ano nossas exportações alcançaram US$ 16,171 bi (FOB), as importações chegaram a US$ 1,563 bi (FOB) e o superávit comercial foi de US$ 14,608 bi.
Como se explica o presidente da República ir aos chineses falar sobre negócios e excluir Mato Grosso? Não é difícil entender que isso se deve à fraqueza da bancada federal mato-grossense, sempre aos seus pés, desde o início da legislatura. Demonstração da fidelidade em plenário está evidenciada na votação no Congresso Nacional (fase final do Senado) da reforma da Previdência. Na Câmara, nos dois turnos, somente a deputada petista Rosa Neide votou contra Bolsonaro. Carlos Bezerra e Juarez Costa (MDB). Dr. Leonardo (SD). Emanuel Pinheiro Neto (PTB), Neri Geller (PP), Nelson Barbudo (PSL) e José Medeiros (Pode) fecharam questão com o presidente. No Senado, em primeiro turno, Wellington Fagundes (PL), Jayme Campos (DEM) e Juíza Selma Arruda (Pode) bateram o martelo com o Planalto.
É importante observar que Bolsonaro exonerou Teté Bezerra em tom humilhante da presidência da Embratur. Teté é mulher de Carlos Bezerra, que nem por isso faz oposição ao presidente.
Mauro Mendes também apoia Bolsonaro, mesmo com as seguidas portas fechadas em Brasília, onde Mato Grosso corre o pires e nem sempre consegue migalhas daquilo que reivindica com base no princípio federativo.

PIVETTA – Se a bancada tivesse peso político Bolsonaro incluiria mato-grossense na delegação. O nome ideal seria o do vice-governador Otaviano Pivetta (PDT), que é empresário do agronegócio com interesse comercial em vários países e grande exportador. Pivetta conhece a realidade mato-grossense e sua fala seria importante na busca e consolidação de mercados.
Bastava incluir Pivetta para falar sobre o agro, juntamente com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que integra a delegação.
Por falta de liderança em Brasília e a fraqueza de Mauro Mendes, aqui, Mato Grosso é excluído de uma delegação, que em nome da lógica comercial, que não poderia existir sem sua participação.
Redação blogdoeduardogomes
FOTOS:
1 – Wilson Dias – Presidência da República – Divulgação
2 – Mayke Toscano – Governo de Mato Grosso – Divulgação
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