O Ministério Público pediu o afastamento do suplente de deputado estadual em exercício, Romoaldo Júnior (MDB), mas o juiz Bruno D’Oliveira Marques, da Vara de Ação Civil Pública, negou, em decisão de 15 deste mês. O magistrado, no entanto atendeu parcialmente ao MP decretando o bloqueio nas contas bancárias de Romoaldo e outras figuras em até R$ 4,7 milhões.
O mesmo bloqueio estende-se aos ex-deputados José Riva e Mauro Savi. O ex-deputado Gilmar Fabris teve bloqueio em suas contas em até R$ 95 mil. Além dos quarteto, 12 figuras do baixo clero do barnabenato da Assembleia também tiveram contas bloqueadas. O Ministério Público vai além desse montante e pede a devolução de R$ 19,8 milhões a título de restituição e pagamento por dano moral coletivo.
Afinal, o que levou o Ministério Público a pedir o bloqueio e o juiz a concedê-lo?
Em 2015 o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) deflagrou a Operação Ventríloquo, para apurar desvios na Assembleia, o que teria ocorrido por meio de um entendimento entre Romoaldo e o Banco HSBC, no qual o deputado em nome da Assembleia teria se comprometido a quitar uma dolorosa que o Legislativo tinha com o extinto banco Bamerindus (comprado pelo HSBC), relativo a um seguro da década de 1990.
No entendimento entre quatro paredes o dinheiro da Assembleia teria tomado Doril. O Ministério Público debida a culpa a Romoaldo e outras figuras do Legislativo.
Romoaldo é figura influente do governo do democrata Mauro Mendes e seu vice-líder na Assembleia. Está no cargo substituindo Allan Kardec (PDT) que ocupa a Secretaria de Cultura.
Esse não é o único cerco sobre Romoaldo. Ele, juntamente com outros 50, dos quais, seis são ou foram deputados estaduais são investigados pelo MP por suspeita de um desvio de R$ 30 milhões do Detran. Dessa lista fazem parte os deputados Eduardo Botelho/DEM e presidente da Assembleia, Wilson Santos (PSDB) e Nininho (PSD); os ex-deputados Mauro Savi, José Domingos e Baiano Filho. Nela, também, Paulo Taques, ex-chefe da Casa Civil do ex-governador Pedro Taques; o ex-governador Silval Barbosa e seu ex-chefe de Gabinete, Sílvio Corrêa; o ex-deputado federal Pedro Henry; o ex-presidente do Detran, Teodoro Lopes, o Dóia; e figuras da arraia-miúda.
Da Redação
FOTO: Maurício Barbant – Assembleia Legislativa