Um perigoso divisor
Não há como negar a materialidade dos fatos revelados pela Operação Lava-Jato. Graças a ela, o Brasil conseguiu estancar a maior engrenagem de corrupção no mundo. Figurões ou foram presos ou estão condenados aguardando recursos ou sob investigação. Seria desnecessário enumerar – ainda que – parte da gatunagem descoberta e que envolve partidos políticos, empresários, executivos de empresas e servidores públicos. O povo brasileiro deveria reverenciar os procuradores da República, policiais federais, magistrados e até mesmo delatores pelo resultado ainda que parcial desse procedimento de Estado. Lamentavelmente, ao invés disso, parcela da população cria um clima para levar à desestabilização democrática tentando botar num imaginário paredão o ex-juiz federal Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol – fiquemos nos dois a título de exemplo, mas na verdade o que querem é solapar os alicerces do poder legitimamente constituído..
O site The Intercept Brasil, recente e não popular entre os brasileiros, criou um enredo que passou a ser cantado pela viuvez da esquerda, que está em baixa perante o eleitorado e com suas principais figuras presas por corrupção – Lula, José Dirceu, Palocci e assemelhados.
O fôlego da esquerda parece interminável e sua capacidade de fazer barulho é imensurável. Longe de querer canonizar Moro e Dallagnol, mas o Brasil responsável precisa responder com firmeza a essa pirotecnia verbal que se espalha nas redes sociais e veículos de Comunicação.
Não é fácil ordenar o Brasil por sua tendência corrupta, pelega, de levar vantagem em tudo, de se pautar pela Lei de Gérson. Além de reconhecermos e de valorizarmos os agentes da Lava Jato temos o dever de defendermos os valores democráticos contra essa sordidez deslavada que se traveste de indignada crítica contra supostas práticas sem contornos republicanos de Dallagnol e Moro.
Sem os mecanismos forenses que movem a Lava Jato, que dão amplo direito de defesa aos investigados e réus, o que lhes faculta direito de recorrerem às instâncias superiores, o Brasil será forçado a optar por decisões amargas: um regime de força para cessar a baderna que se anuncia ao grito da esquerda, pois não de pode deixar impune os protagonistas diretos e indiretos da pilhagem dos cofres públicos.
O melhor regime é o democrático, ora sob ameaça da esquerda comunista e do socialismo de mesa de bar. Numa situação assim, antes que o pior aconteça, que as Forças Armadas lancem mão do direito e do dever constitucional de preventivamente defenderem o Estado e o cidadão da real ameaça ora embutida nas mídias sociais e na Imprensa – mas que vai muito além delas.
Somos um país grande cobiçado por grandes países. O que está em jogo é a questão ideológica, mas com forte ingerência externa, do mesmo modo como aconteceu no final dos anos 1950 e começo da década seguinte. O argumento ora apresentado pela esquerda é um disfarce em busca do objetivo maior e ele é feito com sutileza para arrebanhar até mesmo aqueles que não comungam o pensamento esquerdista.
O revanchismo dos perdedores em 1964 continua palpitante, mas o espírito que motivou o Brasil àquela época permanece como sempre respirando verde e amarelo. Que o princípio constitucional que rege o papel das Forças Armadas não seja mera citação legal, pois persistindo o cenário atual o país ficará ingovernável com as instituições seriamente abaladas e o cidadão torpedeado pelo discurso panfletário da falsa legalidade.
Que fique bem claro. Estamos num perigoso divisor. Espero que o Brasil não se omita.
Eduardo Gomes de Andrade – editor de blogdoeduardogomes
FOTOS:
1 – Internet
2 – Arquivo
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