Boa Midia

Altar político une Mauro Mauro e Assembleia Legislativa

Um por todos e todos por um
Um por todos e todos por um

Material especulativo não faz parte da linha editorial deste site. Porém, com as devidas ressalvas, é preciso focalizar a disputa pela mesa diretora da Assembleia Legislativa para os próximos dois anos, assunto esse que ganha seguidas manchetes nos sites cuiabanos e de outros municípios mato-grossenses.

A cobertura, com base em declaração de deputados e fontes, e também pela análise de jornalistas, aponta que o presidente Eduardo Botelho (DEM) será reeleito e que tem consigo uma lista de apoio assinada por 15 deputados, que somados ao voto dele chega a 16 dos 24 parlamentares sacramentando seu nome. Com dois terços da legislatura ao seu lado e, segundo a mídia, com  as bênçãos de Guilherme Maluf (PSDB) e Janaína Riva (MDB), que em tese disputariam a presidência. parece que não haverá mudança de rumo na Assembleia. Quanto aos demais cargos, haverá rateio – ainda segundo a mídia – com Max Russi (PSB) assumindo a primeira secretaria.

A pura e simples citação desses nomes pode parecer absolutamente normal. Afinal, trata-se de deputados que legitimamente podem disputar cargos na mesa diretora. Mas não é!

O governador Mauro Mendes (DEM) inicia o mandato demitindo, parcelando 13º salário, escalonando a folha de pagamento,  criando insegurança jurídica sobre pagamento de RGA, aumentando alíquota de tributos, criando mais impostos, ampliando a base de arrecadação sobre o agronegócio, anunciando que precisará de, no mínimo, um ano para reorganizar as finanças – o que evidencia inadimplência generalizada com prestadores de serviços e empreiteiras – e sugerindo enxugamento de gastos pelos outros poderes. Tudo isso sem nenhuma sinalização sobre o pagamento da dívida de origem constitucional com o Judiciário, Assembleia etc.

As propostas de Mauro dependem de aprovação pela Assembleia Legislativa, cuja legislatura chega ao fim com a virada do calendário de janeiro para fevereiro. O que esperar da nova Assembleia que será presidida – segundo a mídia – por Botelho em composição com a espinha dorsal da legislatura em curso, que conseguiu se segurar em 10 cadeiras?

Botelho, Russi, Maluf, Wilson Santos (PSDB), Dilmar Dal’Bosco (DEM), Nininho (PSD) e Sebastião Rezende (PSC) rezaram pela cartilha do ex-governador Pedro Taques (PSDB) juntamente com o governador Mauro. Valdir Barranco (PT) fez oposição confiável. Allan Kardec (PDT) nunca se definiu enquanto oposição firme e acaba de ganhar uma secretaria de Mauro; o mimo para Kardec deixa seu suplente na palma da mão do novo governador. Janaína uma vez na mesa diretora pela composição que se anuncia, perde o discurso oposicionista. Esses são os 10 remanescentes da legislatura que se encerra.

Deputados novatos sinalizam com escancarada simpatia com o governo Mauro. Alguns o apoiaram na campanha. Outros seguirão o caminho oposicionista que é quase regra em Mato Grosso: fazem mea culpa pela conduta no palanque e se assanham por espaço na base governista.

Em suma, o governo Pedro, que se ‘reelege‘ com Mauro terá aos seus pés a mesma fidelidade da Assembleia, que nunca temeu atitudes impopulares para defender o governador, que é o homem da chave do cofre mais desejado no centro do continente sul-americano.

Em suma:

Tudo que se falou sobre a relação de Mauro com o servidor será materializado.

Tudo que se projetou para fortalecimento do cofre do governo será levado adiante, ainda que algumas vozes isoladas gritem que se trata de terrorismo fiscal.

Tudo que se gastava com fretamento da aviação executiva a jato e turboélice; tudo que se gastava com automóveis e salamaleques para o secretariado e outros barnabés graúdos será mantido.

Tudo ou quase aquilo que a administração de Taques não fez em planejamento, infraestrutura e programas sociais deverá se repetir com Mauro, com as bênçãos da Assembleia, cuja composição poderá ser mudada no transcorrer do mandado, por conta de inquéritos, investigações, delações e ações contra deputados por improbidade administrativa, pois entre os 10 reeleitos somente Kardec e Russi não estão na mira da Justiça, por enquanto.

O altar político que une Mauro e a Assembleia garante os interesses da família política no poder, mas deixa na rua da amargura a verdadeira família mato-grossense.

Eduardo Gomes de Andrade é editor de blogdoeduardogomes

eduardogomes.ega@gmail.com

FOTO. Mayke Toscano – Governo de Mato Grosso em recente arquivo

 

 

1 comentário
  1. Tarcisio Diz

    Um estado que gasta 67% do que arrecada só para manter o funcionalismo pide nao falir, nao existe no mundo administrador que de toque essa bagunça sem mexer com esses intocáveis até agora nao vi nenguma lista de demissão!

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