Lucimar Campos é a quarta prefeita cassada entre as eleitas em 2016
Lucimar Campos (DEM), prefeita de Várzea Grande e mulher do candidato ao Senado e seu correligionário Jayme Campos foi cassada por crime de abuso de poder político na campanha em 2016. Juntamente com ela também perdeu o mandato o vice-prefeito José Handerson Hazama (PRTB). A sentença proferida na segunda-feira, 3, pelo juiz da 20ª Zona Eleitoral daquela comarca, Carlos José Rondon Luz, ganhou as manchetes nesta terça-feira. Nela, o magistrado determina que Lucimar e Hazama deixem a prefeitura. Ambos perderam os direitos políticos por oito anos; seis secretários e ex-secretários também foram punidos com a perda dos direitos políticos por igual período. Lucimar é a quarta entre as 16 prefeitas eleitas em 2016 que perde o mandato e deverá ser substituída pelo presidente da Câmara, Chico Curvo (PSD) até a posse do prefeito que será escolhido em eleição suplementar. A defesa de Lucimar anunciou que recorrerá da sentença.
Em 2017 Lucimar e Hazama sofreram duas cassações. Em 19 de junho o mesmo juiz Rondon Luz, cassou os mandatos ddos dois; no exercício do cargo e em busca de novo mandato na prefeitura, Lucimar teria efetuado gastos excessivos com propaganda eleitoral em ano de eleição, “promovendo assim uma disputa desigual no município”, apontou o autor da ação, ex-deputado estadual Pery Taborelli (PSC), que disputou mandato com Lucimar.
Tais gastos teriam sido autorizados pelo secretário de Comunicação de Várzea Grande, jornalista Marcos Lemos, e sua adjunta, jornalista Cida Capelassi.
No dia 12 de julho de 2017 Rondon Luz desconsiderou a defesa apresentada por Lucimar e manteve sua cassação e a do vice. Em 2 de outubro o mesmo magistrado novamente cassou Lucimar e Hazama, ambos por supostos crimes eleitorais de abuso do poder e compra de voto, num episódio onde servidores do município teriam oferecido vantagem a eleitores em troca de votos.
Lucimar, Hazama, Marcos Lemos e Cida Capelassi negam. Depois de demorada tramitação no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), onde foram apresentados recursos, a ação contra Lucimar e seu vice ganhou desfecho: em 19 de junho deste ano, por quatro votos favoráveis os dois foram absolvidos; três juízes votaram pela condenação.
Durante a tramitação da ação Lucimar permaneceu no cargo. Agora, o magistrado determina seu imediato afastamento, o que deverá acontecer amanhã
JUARA – Luciane Bezerra (PV), de Juara, foi cassada sob a acusação de improbidade administrativa pela Câmara, no sábado, 7 de julho. No lugar de Luciane assumiu o vice-prefeito Carlos Sirena (PSDB).
Numa sessão da Câmara, que durou mais de 35 horas, seis dos nove vereadores por Juara cassaram o mandato de Luciane. Denunciada por 50 cidadãos e entidades de seu município, de cometer irregularidade em processos de licitação e de desvio de dinheiro público, a prefeita perdeu o mandato. Enquanto os vereadores a julgavam, Luciane enfrentou um pedido de seu afastamento feito pelo Ministério Público (MP), ação essa que perdeu o sentido.
O mandato de Luciane foi conturbado. Em 20 de fevereiro deste ano a Justiça determinou seu afastamento do cargo por 180 dias,acatando pedido do MP, que a acusa de fraudar a licitação para a reforma de uma escola no distrito de Paranorte. Depois de intensa batalha judicial a prefeita reverteu a situação em 28 de junho, quando reassumiu a prefeitura graças a decisão monocrática do presidente do Tribunal de Justiça, Rui Ramos.
Num episódio sem ligação com a prefeitura de Juara, quando Luciane era deputada estadual (2011/14) foi filmada e aparece em imagens recebendo maços de dinheiro de Sílvio Corrêa, à época chefe de Gabinete do então governador Silval Barbosa. Descontraída na cena, Luciane pede a Sílvio que lhe dê também o quinhão que seria do presidente da Assembleia, José Riva. Em delação premiada ao Ministério Público Federal homologada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux, Silval informa que o dinheiro recebido por Luciane era propina paga por meio de mensalinho. As imagens foram apresentadas no Jornal Nacional da Rede Globo em maio do ano passado e nelas também apareceram outros deputados em situação idêntica, a exemplo de José Domingos (que se reelegeu), Alexandre Cesar(procurador do Estado), Ezequiel Fonseca (atual deputado federal), Emanuel Pinheiro (agora prefeito de Cuiabá) e outros; todos negam que se tratasse de mensalinho.
Mais prefeitas
A médica Eliane Lins da Silva/PV (foto) venceu a eleição em Denise com 2.708 votos ou 61,73% e seu mandato foi cassado por suposta improbidade administrativa.
Fora do cargo, Eliane recorre da sentença e nega as acusações feitas contra ela pelo MP.
O vice-prefeito José Anibal Ilario dos Santos, o Zé da Farmácia (PSC) assumiu a prefeitura.
A tucana Angelina Benedita Pereira foi reeleita prefeita de Planalto da Serra em 2016 com 885 votos ou 43,73%. A Justiça Eleitoral cassou seu mandato e de seu vice-prefeito Marcos Antônio Sampaio Rodrigues (PHS), por crime de abuso de poder econômico – doaram dentaduras a eleitores em pagamento de votos.
Em eleição suplementar marcada para 28 de outubro deste ano, será eleito o novo prefeito; até lá, o presidente da Câmara, Rosimar Alves Pereira (MDB), responde pela administração do município.
A eleição suplementar em Planalto da Serra, para escolha de novo prefeito em substituição a prefeita que cometeu crime eleitoral na campanha em 2016 revela mais uma vez a lentidão da Justiça Eleitoral, o que prejudica o funcionamento administrativo municipal.
Eduardo Gomes/blogdoeduardogomes
FOTOS:
1 – José Luiz Siqueira em arquivo
2 – Arquivo Assembleia Legislativa
3 – Sobre vídeo da Rede Globo
4 e 5 – Arquivo/blogdoeduardogomes
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