DEM faz encontro em Sinop e tem esperança que Savi seja solto para o evento
Ainda esperançoso, o Democratas promove encontro regional em Sinop, na próxima quarta-feira,1 de agosto. A esperança fica por conta da possível soltura do deputado estadual mais votado de Mato Grosso nas eleições de 2014, Mauro Savi, seu filiado, e que está atrás das grades desde 9 de maio, cumprindo prisão preventiva decretada pelo desembargador José Zuquim Nogueira a pedido do Ministério Público, que considera Savi chefe de uma organização criminosa que teria desviado mais de R$ 30 milhões do Detran nos governos de Silval Barbosa e Pedro Taques. Nesta sexta, 27, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Tóffoli determinou a soltura do empresário José Kobori, preso juntamente com Savi, em decorrência da “Operação Bônus”, que é a segunda fase da “Operação Bereré”, do Gaeco, para apurar o rombo no Detran. Juristas ligados ao DEM acreditam que a decisão do ministro deverá ser estendida aos demais presos, o que significaria Savi nas ruas e nos palanque atrás da reeleição.
Sinop foi escolhida para o primeiro encontro do DEM após o lançamento das pré-candidaturas de Mauro Mendes ao governo e Jayme Campos ao Senado, por se tratar da cidade do deputado estadual Dilmar Dal’Bosco, que recentemente perdeu a presidência regional do partido para o deputado federal Fábio Garcia. Numa espécie de prêmio de consolação a cúpula democrata vai àquela cidade para demonstrar apoio a Dilmar
Savi é de Sorriso, município vizinho de Sinop. Líderes do partido lamentam sua situação, mas não o abandonam. Ele além de ser apontado como líder da organização criminosa que agia no Detran, também aparece em investigações e seu nome consta de duas listas de supostos mensaleiros: em delação premiada homologada pelo ministro do STF Luiz Fux, o ex-governador Silval Barbosa o relacionou entre os 24 deputados estaduais e suplentes que teriam recebido mensalinho para fazerem vistas grossas aos esquemas das obras da Copa do Mundo de 2014 e no programa rodoviário MT Integrado; e o ex-presidente da Assembleia, José Riva, o incluiu entre 33 deputados e suplentes que receberiam mensalinho pagos por ele – Riva fez essa declaração espontaneamente numa audiência na 7ª Vara Criminal de Cuiabá, à então juíza Selma Rosane de Arruda.
Além de Savi outros seis deputados são acusados de fazerem parte da mesma organização criminosa, mas todos estão em liberdade no curso das investigações. São eles: o presidente da Assembleia, Eduardo Botelho (DEM), Wilson Santos(PSDB), Baiano Filho (PSDB), Romoaldo Júnior (MDB), José Domingos e Nininho (ambos do PSD). Também fariam parte do esquema o ex-governador Silval Barbosa; o ex-deputado federal Pedro Henry; o ex-presidente do Detran, Teodoro Lopes, conhecido por Dóia; e o ex-chefe do Gabinete de Silval no governo, Sílvio Corrêa; empresários e nomes da arraia-miúda.
O fato de Botelho se encontrar sob investigação tanto quanto Savi, tranquiliza o partido, pois uma vez em liberdade Botelho pode transmitir ao eleitor a sensação de que Savi estaria sendo vítima de injustiça ou perseguição política. Mais: sobre a prisão do deputado democrata há um implícito pacto quase omertà entre partidos, pois boa parte deles tem filiados sob a mesma lupa investigativa:
Os tucanos não comentam a prisão de Savi, pois seus deputados estaduais Wilson Santos e Baiano Filho também são acusados de participação no desvio no Detran. Além disso, dois primos do governador Pedro Taques (PSDB), estão na cela com Savi: são eles Paulo Taques, ex-chefe da Casa Civil, e seu irmão e xará do governador, Pedro Zamar Taques.
O MDB de Carlos Bezerra finge que o caso não existe, pois seu deputado estadual Romoaldo Júnior é um dos investigados.
No PSD o silêncio é absoluto em razão das acusações que botam seus deputados estaduais Nininho e José Domingos no fogaréu do desvio do Detran.
O PP tem o ex-deputado federal Pedro Henry enquanto guru, apesar de seus tropeços que incluem inclusive condenação com trânsito em julgado no caso do Mensalão. Henry teria participação do esquema, o que leva o ministro da Agricultura Blairo Maggi e o deputado federal Ezequiel Fonseca, ambos do PP, a não comentarem o caso.
Com tamanho envolvimento de destacadas figuras de vários partidos, o esquema de desvio milionário do Detran tende a cair na galeria do esquecimento. Isso é bom para o Democratas, porque preserva tanto o preso Savi quanto Botelho. Por isso, e também por acreditar na soltura do deputado, em Sinop o DEM estará em palanque no primeiro dia de agosto, pregando moralidade, o fim da corrupção e a mudança na política mato-grossense.
Eduardo Gomes/blogdoeduardogomes
FOTOS:
1 – Arte DEM
2, 3 e 4 – Arquivo
Esse é o nosso Brigadeiro