ARTICULAÇÃO – Percival repagina grupo de Wellington
Inelegível, mas importante na disputa eleitoral em Mato Grosso. Assim é Percival Muniz (PDT), político que foi vice-prefeito e prefeito de Rondonópolis em três mandatos, deputado federal, secretário de Estado, vereador por Rondonópolis e deputado estadual em três legislaturas. Com esse currículo e a fama de articulador, Percival assumiu a entre aspas função de guru do senador republicano Wellington Fagundes, pré-candidato ao governo.
Assumiu, e entre quatro paredes o grupo de Wellington costura a repaginação de sua campanha com Maria Lúcia Cavalli, Adilton Sachetti e Lúdio Cabral compondo o quadro majoritário.
Isso mesmo. Segundo uma fonte ligada ao senador, Percival teria sugerido que a chapa ao governo se complete com Maria Lúcia (PCdoB), e para o senado Lúdio Cabral (PT) e Adilton Sachetti (PRB), o que eliminaria o nome do senador José Medeiros (PODE) que até então era citado enquanto pré-candidato no grupo de Wellington.
Wellington, Adilton e Percival são de Rondonópolis. Com os três no mesmo palanque, naquela cidade, Wellington e Adilton poderiam levar ampla vantagem sobre os adversários e consequentemente puxar o nome de Lúdio.
Segundo a mesma fonte, Percival acredita que Maria Lúcia e Lúdio canalizariam a esquerda para a coligação encabeçada pelo republicano.
Nesse contexto, Medeiros teria que recuar, o que poderia não ser aceito e, nesse caso, causaria uma baixa, o que não seria novidade, pois em todas as campanhas eleitorais há defecções e adesões.
Em 2014 Medeiros (então no PPS) foi eleito primeiro suplente de senador na chapa de Pedro Taques (à época PDT). Sua saída da composição majoritária de Wellington teria duas razões: primeiro, a prevalência de Adilton, que tem bom trânsito entre o empresariado do agronegócio e conta com apoio do ministro da Agricultura e senador licenciado Blairo Maggi (PP); segundo, sem Medeiros seria mais fácil compor com o PT, que não o engole por seus debate acalorados com senadores petistas.
Maria Lúcia até então trabalha seu nome para o Senado. Uma mudança assim, segundo a mesma fonte, teria que ser avaliada pela direção do PCdoB presidida por Manoel Motta, segundo suplente de senador de Wellington.
Lúdio insiste que concorrerá a deputado estadual, mas em nome de uma bandeira de interesse do PT ele poderá mudar de posicionamento, como fez em 2014, quando foi lançado candidato ao governo dobrando com Teté Bezerra (MDB) e recebeu mais de 472 mil votos – à época seu nome era trabalhado para a Assembleia.
Adilton está vestido de noiva, no altar, à espera de um parceiro político que lhe abra a porta da candidatura ao Senado. Primeiro tentou junto a Mauro Mendes (DEM), que lhe disse “não”; agora é Wellington desde criancinha.
Wellington não deverá confirmar nem questionar a revelação da articulação que estaria em curso sob inspiração de Percival. Em períodos nevrálgicos iguais ao de agora, político costuma pensar uma coisa, fazer outra e dizer que não fez nada. O tempo dirá.
Eduardo Gomes/blogdoeduardogomes
FOTOS:
1- Arquivo Assembleia Legislativa
2 – Agência Senado
3 – Eduardo Gomes
4 – Vanessa Moreno
5 – Agência Câmara
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