Data dedicada ao jornalista, 7 de abril seria um dia como outro qualquer, se não fosse a vontade de se mostrar profissional da área, que embala colegas. Assim, é comum o acúmulo de postagens nas redes sociais e de artigos em sites e jornais com boa dose de autoelogio. “Sou jornalista” e “Orgulho de ser jornalista” são alguns dos bordões bem explorados.
Minha contribuição ao jornalismo é ínfima – se é que posso chamar de contribuição minhas décadas enfurnadas nas redações e nas estradas em busca do fato – e não ousaria fazer coro com a euforia quase coletiva.
Prefiro meu canto, produzindo meus textos, narrando e opinando, por entender que o trabalho na Comunicação é um entre tantos nas múltiplas atividades, e que seu resultado tanto pode ser positivo quanto negativo.
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Entendo que a categoria tem relevante papel social. Com o jornalista acontece o mesmo que se verifica com o bombeiro, pedreiro, motorista, agricultor, pescador, vigilante, operador de máquinas, médico, policial, professor, vaqueiro, cientista, advogado, enfim, com todas as profissões. Nesse contexto, os colegas precisam entender que há erros e acertos no exercício profissional, e que por tratar-se de atividade de alcance plural e em alguns casos coletivos, é preciso refletir sobre aquilo que será transformado em notícia. Vejo ainda que é preciso refletir além do texto, e principalmente sobre o que a subserviência, o medo, o jornalismo de compadrio e a bajulação tiram de pauta.
Com o devido respeito ao conjunto do jornalismo, acho que o melhor da profissão é o público leitor, porque ele é o verdadeiro editor, o exímio revisor e a caixa de ressonância do que o papel e a internet lhe apresentam.
Ao invés de parabenizar o jornalista, neste dia parabenizo quem lê, pois em Mato Grosso ele é quem recebe notícias sensatas e exatas, mas que em boa parte é bombardeado pelo meloso noticiário distorcido, dourado para deleite dos donos do poder e bancado com o dinheiro público.
Ao parabenizá-lo transformo a data no Dia do Leitor – para que soberano na data ele possa gritar com autoridade pelo jornalismo que nos falta.
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