40 Anos – O 3º olhar da Educação de MT!
A palavra realidade significa: característica ou particularidade do que é real (tem existência verdadeira). Então é verdade que a Educação de Mato Grosso mudou e isso é fato. Os governadores, depois da divisão do Estado (1977) fizeram alguma coisa, sim, pela Educação, já que em 1977 a Educação não tinha a quantidade de estabelecimentos de ensino que hoje existem, além, é claro, da maior quantidade de crianças frequentando às escolas, também graças à Constituição de 1988, onde ficou estabelecido a obrigatoriedade do Estado ofertar ensino para as crianças até o Ensino Médio .
Mas, essas quatro décadas ficaram no passado – 70 foi o período dos militares, quando eles detinham o poder. Foi a época que o aluno respeitava o professor e a violência não era pauta diária, apesar da ditadura, pelo menos é o que sabíamos, pois a censura ditava o que podia ser socializado.
Depois vieram esses políticos que se elegeram por eleições devidamente normatizadas, como é até hoje.
Hoje, 40 anos depois, podemos dizer pouco sobre as boas mudanças da Educação no Estado. Podemos considerar que houveram, sim, mudanças boas, como a Internet nas escolas, a climatização, algumas construções, algumas reformas… Dizer que em anos anteriores tivemos algum investimento financeiro, não é mentira, como foi o caso do Programa Federal “Mais Educação”, com mais verba na escola, mais empregos (*monitores), mas não vem à memória grandes feitos da Educação depois da divisão do Estado.
Acreditamos que tais mudanças que ora ocorreram foram mais mudanças naturais mesmo, ou seja, climatizar, colocar Internet, coisas que o tempo cobra naturalmente de todos nós.
Pedagogicamente falando, a Educação de Mato Grosso não teve um salto que fosse digno de comemoração, mas podemos dizer que o IDEB de Mato Grosso teve uma ascensão no Ensino Fundamental, o que é explicado pelo Ciclo de Formação em que o aluno nunca é reprovado se o mesmo frequentar até 26% das aulas. Já no Ensino Médio houve uma retração, uma vez que em 2007 o IDEB era 3,0, já em 2015 ficou em 2,7.
Lógico que cada governo que entra diz que fez isso, o outro diz que fez aquilo, o outro aquilo outro, enfim, nada de destaque. Entretanto o que realmente ficou explicito foi o aumento progressivo da violência dentro das escolas e, consequentemente o desprestígio da classe de educadores, o que canaliza para a desvalorização da profissão, criando assim professores descompromissados com a Educação pelo conceito que agora emana da própria Educação.
Em todos os governos a promessa é de que a Educação é prioridade, entretanto é o mesmo descaso, conforme o próprio Ministério Público que ainda cobra as mesmas posturas desde o ano de 2009, como a adaptação das escolas para atender PNE’s, já que é lei e até hoje pouco mais de 30 por cento das escolas possuem a estrutura para atendimentos aos portadores de necessidades especiais; cobra ainda reforma de escolas desde 2013 e assim por diante, pois as escolas estão com suas estruturas físicas entrando em processo de putrefação.
Depois de 40 anos, o IDEB de Mato Grosso só é maior que Mato Grosso do Sul, no Ensino Ciclado, todavia no Ensino Médio nunca conseguiu ficar a frente do seu irmão ao Sul.
A realidade, como já dissemos, no início, é existência da verdade e a verdade é esta: “se a Educação melhorou, não temos números para crer nisso, mas que ela mudou, com certeza que sim, sem inovação”.
Portanto a divisão do Estado em 1977, não trouxe a verdade boa para a Educação.
Dimas Antônio S. Gino
Professor e diretor da Escola Estadual Ulisses Cuiabano, em Cuiabá; presidente do Colegiado de Diretores de Cuiabá e Vale do Rio Cuiabá (CDC). Formado e pós-graduado pela UFMT, agrimensor (GO), construtor civil (MG), escritor “O cio do sentimento” e “Te conto(s) tudo”, casado, três filhos
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