17 – AGRO – Eleitor refuga liderança ruralista

Mesmo abafada por boa parte da mídia, a insatisfação popular com a desoneração tributária concedida ao agronegócio passou a refletir nas urnas em 2018. Rui Prado (PSDB), Carlos Fávaro (PSD), Adilton Sachetti (PRB) e Nilson Leitão (PSDB) foram escorraçados nas unas. Até recentemente não era assim e o agro elegeu lideranças ruralistas a exemplo de Jonas Pinheiro, Zeca D’Ávila, Homero Pereira, Adilton e outras figuras menores.
A insatisfação popular com o imposto zero para a exportação de commodities agrícolas ficou evidente nas eleições de outubro do ano passado. Esse sentimento, aparentemente, não chega ao produtor rural, pecuarista ou que atue em outras áreas na ampla cadeia do agro.

Prova que a animosidade fica somente na esfera dos líderes de entidades ruralistas foi a eleição de Otaviano Pivetta (PDT) para vice-governador na chapa do democrata Mauro Mendes. Pivetta é um dos maiores produtores rurais do mundo e grande exportador de carne suína; o vice-governador não dirige instituição do agro e foi acusado de envolvimento do escândalo Cooperlucas, que foi um dos maiores rombos sofridos pela Carteira Agrícola do Banco do Brasil em todos os tempos; Pivetta nega e não há nenhum obstáculo judicial contra ele por conta de Cooperlucas – a cooperativa que quebrou e deu golpe em Lucas do Rio Verde nos anos 1990.

Wellington Fagundes (PR) é senador e tentou o governo, sem sucesso. Wellington foi deputado federal em seis legislaturas consecutivas e presidiu a Associação Comercial e Industrial de Rondonópolis (ACIR), mas nunca participou de entidades ruralistas. É veterinário e dono de uma rede de lojas de produtos agropecuários, mas não carrega o rótulo de ruralista. Seu desempenho nas urnas não passou pelo agro.
RUI – o produtor rural e veterinário Rui Prado presidiu o Sindicato Rural de Campo Novo do Parecis e o Sistema Famato (Federação da Agricultura e Pecuária). É conhecido por Rui da Famato. Candidato a vice-governador na chapa tucana encabeçada pelo então governador Pedro Taques, afundou. Taques e Rui da Famato ficaram em terceiro lugar na disputa pelo Palácio Paiaguás.

FÁVARO – Carlos Fávaro presidiu e por algum tempo controlou a Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja). Nessa condição e empurrado pelo empresário Eraí Maggi, foi vice-governador de Pedro Taques. Em 2018 tentou o Senado, mas o eleitorado lhe deu cartão vermelho. Fávaro foi eleito vice-governador pelo PP, mas migrou para o PSD do ex-deputado José Riva e passou a liderar o chamado grupo Viúvas de Riva, formado por políticos dispersos em municípios.
LEITÃO – Nilson Leitão era deputado federal e antes foi deputado estadual, duas vezes prefeito de Sinop e vereador por aquele município. Na Câmara conquistou a presidência da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), assumiu discurso ruralista e afundou nas urnas em sua tentativa de se eleger senador em 2018.

Leitão virou Mato Grosso de ponta a ponta em busca de votos. Em 21 de setembro, o avião que o transportava para Água Boa, fez pouso de barriga, mas a perícia do piloto evitou uma tragédia e ninguém se feriu. Após o susto o candidato voltou ao ritmo acelerado da campanha.
ADILTON – Deputado federal pelo PRB Adilton Sachetti disputou e perdeu a eleição ao Senado. Em 2004 foi prefeito de Rondonópolis por apadrinhamento do então governador Blairo Maggi. Em 2014, quando o sentimento contra a taxação do agro não era tão expressivo quanto agora, conquistou mandato de deputado federal com grande votação.
Adilton presidiu o Sindicato Rural de Rondonópolis e dirigiu a Associação Mato-grossenses dos Produtores de Algodão (Ampa). Na Câmara manteve discurso ruralista e se afundou com ele.
Redação blogdoeduardogomes
FOTOS:
1 – Airton Iappe – Radio Interativa FM Água Boa
2 e 4 – Flickr de campanha
3 – Secretaria de Comunicação Social do Governo de Mato Grosso
5 – Arquivo blogdoeduardogomes
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