Boa Midia

Janaína ataca, Fábio revida citando Luluca e ela se cala

Eduardo Gomes

@andradeeduardogomes

eduardogomes.ega@gmail.com

 

Fábio Garcia e Janaína Riva

Bate e rebate. Ontem (30) a deputada estadual Janaína Riva (MDB) gravou vídeo criticando o deputado federal licenciado e chefe da Casa Civil, Fábio Garcia (União), por segurar suas emendas. O troco foi imediato e pesado: Fábio fez algumas citações que não foram rebatidas por Janaína Riva em seu segundo vídeo, postado hoje (1º) – a deputada preferiu o silêncio sobre a parte mais ácida da fala de Fábio, optando por chamar seu vídeo de cômico.

Todos acompanham o começo das guerras, mas ninguém pode prever seu fim, por mais que um inimigo seja mais forte do que o outro.  E guerra é o que acontece entre Janaína Riva e o Palácio Paiaguás. Pode ser que para o leitor mato-grossense acostumado à doçura dos textos sobre os poderosos,  chegou a hora da lavagem de roupa que tanta falta faz para impedir que os rótulos conquistados a peso de empenho cedam lugar à luz da verdade.

ELA – Janaína Riva disse no primeiro vídeo que a Assembleia não é puxadinho do governo, exigiu respeito e cobrou que suas emendas parlamentares sejam pagas. Demonstrando que não teme Fábio, a deputada disse “Ameaçazinha faz lá pra suas negas“. O termo foi considerado racista, por Fábio, e a deputada distribuiu nota de retratação e pediu que a citação fosse retirada de seu pronunciamento na Assembleia, que resultou no vídeo.

ELE – Fábio lembrou superficialmente o histórico de José Riva, pai de Janaína Riva, que é corrupto confesso em delação premiada, e fez insinuações sobre a ligação da deputada com o ex-funcionário de seu gabinete, Luluca Ribeiro, por ela indicado secretário de agricultura familiar e exonerado pelo governador Mauro Mendes (União) em meio a um escândalo  – até agora abafado – por suposto faturamento em compras para a agricultura familiar. Analistas acreditam que o embate entre Janaína e Fábio poderá lançar luzes sobre o Caso Seaf e a destinação de emendas parlamentares.

ELA –  No segundo vídeo, Janaína Riva chama de cômico o vídeo de Fábio e pede respeito institucional; ela descartou fazer considerações familiares e revirar o passado. Sobre Luluca, nenhuma palavra.

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SILÊNCIO – A guerra entre os dois não foi comentada pela classe política. Na Assembleia a base de sustentação de Mauro Mendes certamente teme questionar a fala de Fábio, e a oposição por certo espera tirar proveito eleitoral com o inevitável desgaste que ambos poderão sofrer. A Imprensa trata o caso com a máxima cautela.

No tiroteio falta Fábio explicar a razão para o abafa do Caso Seaf, que é considerado grave. Trata-se de indício de prejuízo ao erário público, fato que não pode ser desconsiderado, sob pena de conivência. Independentemente da torcida do leitor para um ou outro lado da trincheira, o patrimônio público tem que ser respeitado. Revirar o passado de José Riva é chover no molhado. Aguardemos.

BLOG – Em 11 de março, na postagem do capítulo sobre Janaína Riva na série Sete querem o governo, o blog lembrou que José Riva participava do fatiamento do poder no governo de Silval Barbosa, a exemplo do que fez Janaína Riva no governo Mauro Mendes ao indicar Luluca Ribeiro para a Seaf. Parte daquele conteúdo segue abaixo:

 

Voltemos à deputada:

A prática da porteira fechada não é reconhecida oficialmente, mas persiste. Em janeiro de 2024 a ex-deputada estadual e federal Teté Bezerra deixou a Secretaria de Agricultura Familiar (Seaf), para a qual foi nomeada a pedido de seu marido Carlos Bezerra, como parte do fatiamento do poder. Para o lugar de Teté, o governador Mauro Mendes (União) nomeou Luiz Artur de Oliveira Ribeiro, o Luluca Ribeiro. Em 12 de maio de 2024, às 13h30 o site www.rdenews.com.br estampou Janaína emplaca Luluca na Seaf.

Didaticamente: Teté saiu da Seaf  e Janaína Riva escolheu Luluca para substituí-la. Luluca é marido de Quézia Limoeiro, chefe de gabinete de Janaina Riva. Ainda envolto em densas nuvens do chamado abafa, sabe-se que a Controladoria-Geral do Estado teria descoberto movimentações atípicas de emendas parlamentares estaduais na Seaf, sob Luluca, e que o montante chegaria a 46,76 milhões. Quanto a isso impera o silêncio e o governo estranhamente congela esse episódio.

Lamentável o abafa do caso Luluca, o que impede Mato Grosso de conhecer os fatos com clareza, e deixa em saia justa deputados por se tratar de execução de emendas parlamentares estaduais. Tanto a Polícia Civil quanto o Ministério Pública precisam passar o episódio a limpo. Afinal, trata-se de gestão de dinheiro público.

Mauro Mendes demitiu Luluca e seus assessores comissionados. Janaína Riva não  polemizou. Coincidentemente ou não, a deputada era anunciada na mídia enquanto candidata a 1ª secretária da mesa diretora da Assembleia, mas a mão política pesada de Mauro Mendes, sem deixar impressão digital, não permitiu que ela sequer participasse da composição da mesa.  Riva, o pai, no auge do noticiário sobre a pressão do governante contra sua filha, disse que, Mauro vai conhecer Janaína Riva.  A saída foi o MDB indicar Dr. João José para o cargo que a deputada queira, porque o mesmo, pela força da bancada emedebista teria que ser destinado àquele partido. Mais: na indicação dos nomes para presidir as 14 comissões permanentes da Assembleia, Janaína Riva foi preterida, enquanto seu correligionário Thiago Silva ganhou a presidência da Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia, Cultura e Desporto.

Também, coincidentemente, o caso Luluca está abafado há praticamente um ano, sem que o governante toque nesse assunto. O abafa é compartilhado pela mídia, que o desqualificou. Em meio ao silêncio o nome de Janaína Riva permanece entre os que querem governar Mato Grosso. A deputada ainda é citada para outros cargos; recentemente no Cenarium Rural em Cuiabá, Michel Temer disse que ela tem bom perfil para ser senadora ou deputada federal.

Janaína Riva é considerada dinâmica e boa política. Seu gabinete é verdadeira engrenagem eleitoral, e políticos não medem elogios ao mesmo, que tem em sua composição ex-servidores de Riva, que conhecem Mato Grosso como a palma da mão.

Desde que assumiu o primeiro mandato e até recentemente, a Assembleia em peso reverenciava Janaína Riva, que chegou à sua vice-presidência. Porém desde que seu nome despontou para disputar o governo paralelamente com o caso Luluca, as luzes foram apagando-se para ela e seu espaço na mídia encolheu, muito embora ela mantenha intensa presença em suas redes sociais. No passado a reverência a ela era tão grande, que a Assembleia botou sua foto na galeria oficial dos ex-presidentes, cargo que na titularidade Janaína Riva nunca exerceu, muito embora o tenha ocupado durante um período de férias do então presidente Eduardo Botelho (União) – Esse fato distorce a real composição da Presidência ao longo da história parlamentar. Em termos ilustrativos, o vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos) substituiu Mauro Mendes 13 vezes, mas nem por isso sua foto irá para a galeria dos ex-governadores.

O tempo entre Mauro Mendes e Janaína Riva fechou de tal modo, que nem mesmo nas solenidades do programa SER Mulher, conduzido pela primeira-dama Virgínia Mendes, a deputada participa. Virgínia é a segunda pessoa mais focalizada pelos sites, onde aborda os mais diversos assuntos e recebe tratamento preferencial, porém a deputada jamais é citada por ela ou a acompanha em seus incontáveis eventos nos municípios.

Foto: Montagem sobre fotos individuais de Fábio Garcia e Janaína Riva

Reproduções do site www.rdnews.com.br e do site hipernoticias.com.br (por ordem de postagem)

 

1 comentário
  1. Professor Valdecy Diz

    Aqui em Aripuanã temos a estrada que liga Aripuanã a Conselvan, são 80 km, nos 15 primeiros kms existe um compromisso da empresa Nexa de dar manutenção, compromisso firmado nas medidas mitigatorias devido ao empreendimento de atividades de extrativismo mineral no município. Já por duas ou três vezes o estado licita o patrolamento e cascalhamento desse trecho na íntegra (80 km), paga a vencedora da licitação por 80 km, na prática a empresa só realiza a manutenção em 65 km. Em reunião realizada na comunidade de Conselvan, com participação da população e uma comitiva do executivo estadual, inclusive com a presença de Fábio Garcia, cobrei ele a respeito desse assunto, ficou de tomar providências e nada fez. Atualmente o estado realizou a licitação da recuperação do referido trecho nos moldes de costume, pagando 80 km e o serviço sendo feito em 65 km. Fabio tem mais coisas do que imaginamos para explicar.

    Professor Valdecy Vieira – Conselvan (de Aripuanã)

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