Professora Marluce assume a reitoria da UFMT
Eduardo Gomes
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A professora Marluce Aparecida Souza e Silva assumiu a reitoria da Universidade Federal de Mato Grosso num ato solene no teatro daquela instituição de ensino superior, na noite da quinta-feira, 17. É a quarta mulher a ocupar a função, conquistada em eleição direta e referendada pelo presidente Lula da Silva, que a escolheu numa lista tríplice. Marluce sucede o professor Evandro Soares da Silva. O mandato é de quatro anos, sendo permitida a reeleição.
Mineira da cidade de Prata, no Triângulo Mineiro, a reitora Marluce é graduada em Serviço Social e Direito, e professora do Departamento de Serviço Social. O pró-reitor é Silvano Macedo Galvão, da Faculdade de Direito.
A posse foi prestigiada pelo ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha; por parlamentares federais e estaduais; professores de outras universidades; professores aposentados, alunos, ex-alunos e representantes de etnias indígenas.
Criada em 10 de dezembro de 1970 pelo presidente Emílio Garrastazu Médici e o ministro da Educação Jarbas Passarinho, a UFMT tem campi em Cuiabá – o principal e cujo nome é Gabriel Novis Neves -, Sinop, Várzea Grande e o campus Araguaia nas cidades de Pontal do Araguaia e Barra do Garças.
Até então, a UFMT teve 11 reitores: Gabriel Novis Neves, Benedito Pedro Dorileo, Eduardo De Lamônica Freire, Helmut Forte Daltro (interino), Augusto Frederico Müller Júnior, Luiza Guimarães, Fernando Nogueira de Lima, Paulo Speller, Maria Lúcia Cavalli Neder, Myrian Thereza de Moura Serra (que renunciou em fevereiro de 2020, sem apresentar explicação para o ato) e Evandro Soares da Silva.
MEMÓRIA – O deputado estadual Júlio Campos (União), vice-presidente eleito da Assembleia falando pelo legislativo saudou a reitora. O parlamentar recordou a luta de estudantes cuiabanos no final dos anos 1960, pela criação da UFMT em Cuiabá e não em Campo Grande, que à época pertencia a Mato Grosso e que disputava o direito de sediar o campus. Júlio Campos foi líder estudantil e destacou que participou de caravanas a Brasília, para reivindicar junto ao Ministério da Educação, a universidade que era sonho coletivo cuiabano. “Íamos de ônibus, acampávamos na porta do ministério (da Educação) e gritávamos o refrão: “Federal de Mato Grosso em Cuiabá” . Júlio Campos lembrou que das idas à capital federal, participaram dentre outros, os saudosos Gilson de Barros e Paulo Zaviaski.
Júlio Campos falou também da emoção que sente quando se encontra na UFMT, da qual foi professor em seus primórdios, e da qual sua mulher a professor Isabel Coelho Pinto Campos – de saudosa memória – foi professora titular de Literatura Brasileira e pela UFMT integrou por cinco anos o Conselho Universitário da Presidência da República.
O deputado colocou-se à disposição da UFMT para atendê-la com emendas parlamentares, observando que esse sentimento é comum aos membros de sua legislatura, tendo citado os deputados Valdir Barranco e Lúdio Cabral (ambos do PT), presentes ao ato.
NASCE O TEATRO – A posse da reitora Marluce aconteceu no Teatro Universitário. No pronunciamento, Júlio Campos revelou que no final dos anos 1970 era deputado federal e recebeu para um jantar em seu apartamento, o ministro da Educação Eduardo Portella, e que pediu ao visitante que destinasse algo importante para Mato Grosso. Portella concordou e Júlio Campos telefonou para o reitor Gabriel Novis Neves perguntando o que ele gostaria de receber. O reitor respondeu que havia encomendado e recebido um projeto para a construção do teatro universitário. O ministro bateu o martelo e a UFMT ganhou o palco que empossou Marluce na reitoria.
HOSPITAL JÚLIO MÜLLER – A criação do curso de Medicina em 1980 foi uma grande conquista para Mato Grosso. A formatura de médicos era possível, mas em Cuiabá não havia um hospital escola para a UFMT proporcionar aos alunos o Internato e a Residência Médica. Era preciso criar um hospital universitário, o que aconteceu, porém, a Faculdade de Medicina da UFMT não contava com instalações para tanto.
Em 1983 havia harmonia entre a universidade e o governador Júlio Campos. Desse entendimento e com aval da Assembleia Legislativa nasceu a sede do Hospital Universitário Júlio Müller, cedida pela Governo de Mato Grosso, e que foi instalado nas dependências ampliadas e remodeladas de um antigo hospital estadual. O corte da fita aconteceu em 31 de maio de 1984.
Fotos: Edson Rodrigues
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