Boa Midia

CAMPOS OPOSTOS – Mauro Mendes para um lado e Cattani para o outro

Eduardo Gomes

@ andradeeduardogomes

eduardogomes.ega@gmail.com

A imagem do abraço diz tudo; Miguel Vaz (Republicanos) tem o apoio de Mauro Mendes (União). A foto só não fala que este apoio bota o governador de Mato Grosso de um lado e o deputado estadual Gilberto Cattani (PL) de outro – com o governante numa direção e o parlamentar noutra.

Cattani é bolsonarista e compõe a base parlamentar de Mauro Mendes na Assembleia. Com domicílio em Lucas do Rio Verde, o deputado lançou a irmã Marli Catarina Cattani Corrêa (PL) candidata a vice-prefeita do pastor Cristiano Ossuchi, também liberal, pela coligação Lucas pela Direita, daquele que é um dos municípios referenciais do bolsonarismo brasileiro, mas o governador não vacilou em apoiar Miguel Vaz.

A opção de Mauro Mendes joga Cattani na lona, porque Miguel Vaz também é o candidato do vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos), do qual foi vice-prefeito naquele município.

O apoio de Mauro Mendes e Pivetta a Miguel Vaz, de certa forma, cria um fosso ente Cattani e o agronegócio – que é um dos pilares do bolsonarismo – pois o governante está à frente do maior estado agrícola e pecuário, e Pivetta é uma das referências do agro mundial.

Cattani, pelo que se vê, não encontrou espaço do agro em Lucas, município que representa na Assembleia, e cuja representação remonta à legislatura anterior, quando Cattani conquistou uma suplência pelo PSL e chegou ao plenário com a morte do deputado Sílvio Fávero (PSL), que foi vice-prefeito de Lucas e morreu vítima de covid, aos 54 anos, em 13 de março de 2021.

SERENIDADE – O agro mato-grossense pende por Bolsonaro, mas de modo sereno, com poucas manifestações radicais. Mauro Mendes e Pivetta, são do núcleo bolsonarista, mas sem radicalismo.

Cattani mesmo não sendo do núcleo do agro bolsonarista, mantém um discurso que tenta associar o ex-presidente do sistema produtivo rural. O deputado é parceleiro da reforma agrária em Pontal do Marape, de Lucas, e não conseguiu espaço na cúpula em seu município na disputa em curso pela prefeitura.

Pode ser que o resultado das urnas em Lucas, onde eleição municipal sempre é muito difícil, mostre a Cattani que para vencer em Mato Grosso não basta ser Lula ou Bolsonaro: é preciso bandeiras de interesse regional.

 

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