(Quase) Clube do Bolinha
Política no polo de Rondonópolis é quase Clube do Bolinha, onde menina não entra. Não há uma prefeita sequer e as vereadoras podem ser contadas nos dedos; na Câmara de Rondonópolis, com 21 cadeiras, elas não se fazem presentes. A mulher não passa de eleitora e, em alguns casos, é lançada candidata a vereadora pra atender exigência da legislação eleitoral.

O polo, com 19 municípios, em eleições anteriores aos mandatos em curso, elegeu seis prefeitas: em Poxoréu, Jane Sanchez Lopes; Alto Araguaia, Noêmia Presser Niedermeier; Pedra Preta, Marilede Araújo Coelho Philippi; Guiratinga, Célia Orione, Dom Aquino, Maria José Borges; e Araguainha, Maria das Graças Azevedo.
A mulher ocupa vice-prefeitura em três município: Jaciara, com Sandra Nogueira; Alto Garças, com a engenheira Adelaide Aparecida Hermes Ribeiro; e Gaúcha do Norte, com Jandira do Prado Wegner.
Sandra é mulher de Valdizete Nogueira, que foi prefeito de Jaciara, disputou duas eleições sem sucesso, e no meio de outra campanha foi impugnado por força da Lei Ficha Limpa.
Em Gaúcha, Jandira do Prado é mulher do ex-prefeito Edson Wegner.
Nas câmaras a mulher tem pouca presença. Não há vereadora em Rondonópolis, Itiquira, Juscimeira, Araguainha, Tesouro, Paranatinga e Santo Antônio do Leste. Juntos, os outros 12 municípios têm 20 vereadoras, e algumas são integrantes de famílias políticas na região.
A região não tem representante feminina na Assembleia Legislativa nem no Congresso Nacional. Rondonópolis teve duas vice-prefeitas: Marília Salles, que foi cassada por crime eleitoral e posteriormente absolvida, e Valéria Bevilácqua, que chegou ao cargo em eleição indireta pela Câmara.
Mesmo com a pequena participação feminina não há mobilização pela participação da mulher na vida pública. Isso acontece em todos os municípios da região e, aparentemente, é visto com naturalidade. A política segue seu curso natural, como se fosse um feudo masculino.
Na região os diretórios municipais dos partidos são controlados por homens, situação que não sinaliza com o equilibrio na representação política. Estamos num período próximo às eleições de novembro, e nas cidades, salvo uma exceção aqui ou ali, somente nomes masculinos são apontados para a disputa majoritária, restando a elas algumas vagas para concorrerem ao cargo de vereadora.
Vale observar que Mato Grosso teve uma vice-governadora, Iraci França (2003/06). Iraci é goiana e residiu em Dom Aquino, mas quando disputou o cargo morava em Cuiabá, cidade que foi administrada por seu marido o ex-prefeito
Roberto França.
ARTE: Criação Maurício de Sousa
FOTO: Prefeitura de Pedra Preta
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