Colapso ronda UTIs e Mato Grosso está ao fio da navalha

A pandemia avança em Mato Grosso enquanto o governador democrata Mauro Mendes e o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), batem boca por sites deixando de lado o cerne da questão. Nesta quarta-feira, 10, Mato Grosso registra 153 mortes e 4.762 infectados. Nas últimas 24 horas a doença matou 13. Dos 141 municípios, o coronavírus contaminou moradores em 110 e matou em 41. Cuiabá e Várzea Grande, juntos, somam 68 óbitos e 1.785 contaminados. O sistema público de saúde tem apenas 228 unidades de terapia intensiva (UTI) exclusivas para atendimento aos afetados pelo vírus e, 64,9% estão ocupadas. Há risco de colapso e a população mato-grossense está ao fio da navalha.
A saúde pública tem 228 UTIs em nove cidades: Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis, Sinop, Sorriso, Barra do Garças, Cáceres, Alta Floresta e Juína. Hoje, entraram em colapsos – com 100% de ocupação – os hospitais regionais de Rondonópolis, Sinop e Sorriso; o Hospital São Luiz, em Cáceres; Santa Casa de Misericórdia de Rondonópolis; Hospital Universitário Júlio Müller, da Universidade Federal de Mato Grosso, em Cuiabá; e o Hospital e Pronto Socorro Municipal de Várzea Grande.
Em resumo: não há UTI do sistema público de saúde em Rondonópolis, que é referência de atendimento para 19 municípios naquela região, com população de 500 mil habitantes. Em Barra do Garças, que atende o Vale do Araguaia, de General Carneiro ao Pará, há somente cinco UTIs e três estão ocupadas. Em Alta Floresta, há uma UTI, que está vazia. O cenário assusta.
Dos 4.762 contaminados em Mato Grosso, 1.697 se recuperaram, mas 2.661 se encontram em isolamento domiciliar e 251 hospitalizados – 133 em UTIs e 118 em enfermarias. Se o quadro nos leitos de enfermaria evoluir pra UTI, e o mesmo acontecer com quem se encontra isolado em casa, poderá ocorrer o caos. Um intensivista da rede pública, que pede anonimato, argumenta que a internação por coronavírus em UTI é sempre demorada, o que descarta a rotatividade de vagas para atender eventual aumento da procura.
Enquanto isso, Mauro Mendes acusa prefeitos pela crise na saúde pública e Emanuel o retruca. Os dois também trocam farpas sobre leitos de UTI em Cuiabá. Emanuel anunciou hoje, que a partir do sábado, 1,3 e até o dia 28, haverá toque de recolher na capital, entre 22h30 e 5 horas. Em Cáceres, o prefeito tucano Francis Maris sugere prisão pra quem descumprir decreto municipal que impõe uso de máscara em vias públicas e estabelecimento comerciais. Em Confresa, o prefeito Rônio Condão (PSDB) decretou lockdown, que começou na segunda-feira, 8, e que tem validade por 15 dias.
MORTES – A doença matou 153 em 41 municípios. Nas últimas 24 horas foram registradas 13 mortes. Cuiabá tem o maior número de óbitos, 40, seguido por Várzea Grande (28), Rondonópolis (12), Sinop e Barra do Garças (sete cada), Pontes e Lacerda (seis), Cáceres (quatro), Confresa e Alta Floresta (três cada); Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Colíder, Chapada dos Guimarães, Alto Araguaia e Poconé (dois cada); e Primavera do Leste, Tangará da Serra, Sorriso, Querência, Rosário Oeste, Aripuanã, Vila Rica, Nossa Senhora do Livramento, Mirassol D’Oeste, Alto Boa Vista, São José dos Quatro Marcos, Juína, Acorizal, Jangada, São Pedro da Cipa, Juara, Cotriguaçu, Vera, Nova Santa Helena, Curvelândia, São José do Rio Claro, Nova Xavantina, Diamantino, Vale de São Domingos, Jauru e Ponte Branca (uma cada). Além desses óbitos, quatro residentes em outros estados morreram vítimas do coronavírus em Mato Grosso.
NOVOS CASOS – Nas últimas 24 a Secretaria de Estado de Saúde confirmou 260 novos casos em 48 municípios. O mais atingido é Cuiabá com 34 seguido por Confresa (22), Várzea Grande (21), Rondonópolis (15), Sorriso (12), Campo Verde e Primavera do Leste (11 cada), Canabrava do Norte (10), Guarantã do Norte, Sinop e Querência (nove cada), Nossa Senhora do Livramento e Nova Mutum (sete cada), Tangará da Serra (seis), Bom Jesus do Araguaia, Vila Rica e Pontes e Lacerda (cinco cada) Novo Santo Antônio, Canarana, Lucas do Rio Verde e Ribeirão Cascalheira e Barra do Garças (quatro cada); Campo Novo do Parecis e Colíder (três cada); Arenápolis, Guiratinga, Jaciara, Juína, Novo Mundo, Peixoto de Azevedo, Cláudia, Nova Monte Verde, Rosário Oeste, Sapezal e Brasnorte (dois cada); e Colniza, Diamantino, Nova Olímpia, Pedra Preta, Dom Aquino, Tabaporã, Feliz Natal, Juscimeira, Nobres, Gaúcha do Norte, Porto Esperidião, Poxoréu e Acorizal (um cada). Um morador em outro estado contraiu a doença em Mato Grosso no período.

MUNICÍPIOS A doença infecta em 110 dos 141 municípios. Cuiabá tem o maior número de contaminados: 1.367 seguido por Várzea Grande (418), Rondonópolis (360), Primavera do Leste (202), Tangará da Serra (191), Confresa (187), Sorriso (151), Lucas do Rio Verde (141), Sinop (122), Campo Verde (104), Barra do Garças (99), Nova Mutum (85), Pontes e Lacerda (81), Jaciara (50), Querência (50), Cáceres (50), Rosário Oeste (47), Guarantã do Norte (47), Sapezal (46) e Alta Floresta (43). Tapurah (39), Peixoto de Azevedo (38, Aripuanã (37), Campo Novo do Parecis (35), Vila Rica (34), Pedra Preta (30), Nossa Senhora do Livramento e Matupá (28 cada), Nova Ubiratã e Canarana (23 cada), Vila Bela da Santíssima Trindade e Colíder (20 cada); Paranatinga, Mirassol D’Oeste e Alto Boa Vista (19 cada); São José dos Quatro Marcos (17), Novo Mundo e Canabrava do Norte (16 cada), Juína e Bom Jesus do Araguaia (15 cada); Campos de Júlio, Ribeirão Cascalheira e Acorizal (14 cada); Porto Esperidião e Juscimeira (12 cada); Novo Santo Antônio, Marcelãndia, Jangada, Dom Aquino e Alto Araguaia (10 cada); Pontal do Araguaia, Arenápolis e Araputanga (nove cada); Água Boa (oito); São Pedro da Cipa, São José do Povo, Poconé, Nova Lacerda, Juara, Itiquira, Cotriguaçu, Conquista D’Oeste e Comodoro (sete cada); Vera, Novo Santo Antônio e Nova Olímpia (seis cada); Nova Santa Helena, Nobres, Lambari D’Oeste, Ipiranga do Norte, Guiratinga e Barra do Bugres (cinco cada); São Félix do Araguaia, Guarantã do Norte, Denise e Curvelândia (quatro cada); São José do Rio Claro, Santo Antônio do Leste, Rio Branco, Poxoréu, Porto Alegre do Norte, Paranaíta, Nova Xavantina, Nova Monte Verde, Feliz Natal, Diamantino, Campinápolis, e Alto Garças (três cada); Vale de São Domingos, Terra Nova do Norte, São José do Xingu, Santo Afonso, Santa Carmem, Rondolândia, Nova Marilândia, Jauru, Colniza, Cláudia e Brasnorte (dois cada); e União do Sul, Tabaporã, Santa Rita do Trivelato, Santa Cruz do Xingu, Ponte Branca, Nova Maringá, Luciara, Itanhangá, Gaúcha do Norte e Alto Paraguai (um cada). Além desses casos, 66 residentes em outros estados contraíram a doença em Mato Grosso.
Redação blogdoeduardogomes
FOTOS:
1 – Mayke Toscano – Site público do Governo de Mato Grosso
2 – Arquivo blogdoeduardogomes
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