Wellington defende cronograma para escoar safra e evitar caos na 163
O drama vivido por milhares de condutores de carretas e caminhões na BR-163, no Pará, no começo deste ano, por conta de atoleiros em um pequeno trecho que não estava pavimentado, “deve e precisa ser evitado a qualquer custo”. O alerta foi feito nesta terça-feira, 28, pelo senador Wellington Fagundes/PR( foto), presidente da Frente Parlamentar de Logística de Transportes e Armazenagem (Frenlog), durante sabatina na Comissão de Infraestrutura de Mauro de Moura Magalhães, indicado para diretor de finanças do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
Wellington defendeu uma maior articulação entre os órgãos ligados à infraestrutura de transporte, como é o caso do Dnit, e os que estão sob a coordenação do Ministério da Agricultura, para que criem um cronograma que garanta o escoamento da safra de grãos, tanto pelos portos do Arco Norte como também para o Sul do Estado.
No começo deste ano, a situação ficou crítica na saída para o Norte, entre as comunidades de Aruri e Caracol, no Pará, em função dos carregamentos de soja que saíram de Mato Grosso com destino aos portos de Miritituba e Santarém. Mais de 5 mil caminhões ficaram atolados no trecho de 70 quilômetros que separa as duas comunidades. “Não podemos permitir que isso ocorra novamente, apesar da melhoria na rodovia federal” – disse.
Esse planejamento, de acordo com o senador, precisa ser feito em função, sobretudo, da grande carência que existe no segmento da armazenagem de grãos. Citou como exemplo Mato Grosso, recordista na exportação de produtos primários e semielaborados. Os armazéns em Mato Grosso têm, em média, capacidade estática de abrigar apenas 50% da safra, mas já estão lotados e sem poder receber mais cargas. “Os caminhões são verdadeiros armazéns ambulantes” – assinalou.
O escoamento, em função do atraso por questões climáticas, deve começar em janeiro e terminar em fevereiro, período de grandes chuvas na Amazônia. “Temos que enfrentar essa questão. Até lá, é importante que se organize a saída de carga para que não haja grandes atropelos” – frisou.
CONCENTRAÇÃO RODOVIÁRIA – Durante a sabatina na Comissão de Infraestrutura, o senador republicano pediu ao novo diretor uma diversificação do modal de transporte do país, em especial com a ampliação de nossas ferrovias. Ele lembrou que o transporte, no Brasil, está extremamente “concentrado no rodoviarismo” e que isso, além de custos, tem gerado um volume de acidentes extremamente grande. “Há muito mais mortes nas nossas estradas e no nosso trânsito do que em muitas guerras no mundo” – afirmou o relator.
Mauro Magalhães, cujo nome foi aprovado pelos senadores, informou que o Dnit investiu, nos últimos três anos, cerca de R$ 122 milhões na melhoria de hidrovias. E defendeu parceria com o Senado para liberação de mais recursos para investimento em outros modais. “A gente ainda precisa de muito mais. Precisa de mais investimento para que possamos equilibrar essa matriz. E aqui eu faço um apelo aos senhores senadores que nos ajudem, colocando mais recursos no orçamento do Dnit, para que que a gente possa minimizar essa desigualdade” – pediu.
Assessoria com Redação
FOTO: Pedro França/Agência Senado
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