Wellington cozinha Odílio em banho-maria
Eduardo Gomes
@andradeeduardogomes
eduardogomes.ega@gmail.com
Wellington cozinha Odílio em banho-maria. Mesmo sem filiação ao PL, o empresário Odílio Balbinotti costura sua candidatura ao governo. Esse projeto esbarra em outro, do senador Wellington Fagundes, principal nome liberal entre os detentores de mandato em Mato Grosso. Considerado macaco velho, não somente por sua longevidade política, mas, também por suas artimanhas, Wellington sem botar a mão publicamente jogou o concorrente na fritura, mas com fogo baixo.
Odílio não tem filiação, mas por um curto período foi petebista. No final de 2024 ele adiantou que assinaria ficha no partido de Bolsonaro no começo deste ano, mas depois escafedeu-se. Numa conversa que tive com o presidente regional do PL, Ananias Filho, ele disse que antes do carnaval promoveria um encontro de Wellington com Odílio em busca de consenso. Em sua última fala sobre o assunto, Ananias empurrou Odílio com a barriga ao dizer que a questão (filiação e candidatura, para ser mais claro) será definida no segundo semestre.
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Odílio é pouco conhecido fora do circuito da soja, da qual é grande produtor de sementes. A jogada de Ananias o retira do noticiário, no mínimo até julho. Ou seja, deixa uma estreita janela temporal para Odílio apresentar seu cartão de visita a Mato Grosso. Quem cobre a área política sabe que Ananias durante muitos anos foi assessor de Wellington. Não é preciso bola de cristal para entender que Wellington falou: – Bote o homem em banho-maria.
Caso Odílio aguarde a chegada do segundo semestre será um atestado de óbito político para sua sonhada candidatura. Porém, se ao contrário, ele bater o pé e buscar a palavra final em Bolsonaro, o cenário poderá mudar por completo.
Ao contrário de Odílio, que está com uma imaginária corda no pescoço, Wellington nada de braçadas. É senador e em 2026 ainda terá mais quatro anos de mandato.
Ananias à parte, avalio que o PL deveria ouvir seus deputados federais, deputados estaduais, prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e dirigentes dos diretórios nos municípios. O plano de Odílio, que poderia ser importante para o partido, não deveria ser levado a fogo brando em banho-maria por Ananias, que é escudeiro da outra parte, a de Wellington.
Foto: Arquivo
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