Um lugar vergonhoso chamado Câmara Municipal de Cuiabá

Imoral, sob todos os aspectos. Vergonhoso. Velhaco. Esses são alguns títulos que podem ser dados ao incestuoso relacionamento da Câmara Municipal de Cuiabá com servidores comissionados ali lotados e vice-versa.
Mais um capítulo da gastança desenfreada do dinheiro público em Cuiabá nos será apresentado a partir de amanhã, 23, e até o dia 31, período em que o presidente da Câmara Municipal, Mizael Galvão (PTB) exonerará 431 servidores comissionados lotados nos gabinetes dos 25 vereadores ou em repartições daquele legislativo. A exoneração não se trata de vassourada, mas de reacomodação burocrática e mais detalhadamente: dar o bilhete azul a quem nada faz na legislatura em curso, abrindo assim caminho para que o próximo presidente em comum acordo com o plenário que será empossado em 1º de janeiro contrate outro tanto de apadrinhados.
A Câmara de Cuiabá custa R$ 59 milhões ao contribuinte neste ano que chega ao fim. Além de não produzir nada, a mesma se presta para abonar os atos do prefeito que se chama Emanuel Pinheiro (MDB) e para abafar tudo que exija abafamento em nome da proteção de Emanuel.
Nenhuma grande empresa mato-grossense brinca de demitir mais de 400 funcionários. A iniciativa privada não tem espaço para esse tipo de conduta. No entanto, a Câmara de Cuiabá age dessa forma com naturalidade, sem que haja sequer um esboço de reação por parte da mídia, também chamada Imprensa Amiga. Sabem por que? Porque onde há recursos para pagamento de salários a tantos que não produzem, não falta publicidade generosa aos amigos do chamado Quarto Poder.
Cuiabá tem tradição enquanto cidade prestadora de serviços públicos. Porém, nem essa condição, que se arrasta desde tempos imemoriais, pode impedí-la de protestar. Chegou o momento de o cuiabano se indignar com esse empreguismo desenfreado, essa Câmara que mucula o Poder Legislativo Brasileiro. Permanecer em silêncio pode até ser um posicionamento confortável no momento, mas o eco dessa submissão sacudirá a juventude e poderá botá-la nas ruas contra essa vergonhosa prática da distribuição de benesse, do apadrinhamento, da utilização do poder político por vereadores em benefício próprio ou de aspones e asmones.
Chega de empreguismo político no vergonhoso lugar chamado Câmara Municipal de Cuiabá.
Eduardo Gomes – Editor de blogdoeduardogomes
FOTO: blogdoeduardogomes
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