Ulysses Moraes e Botelho; Serys e Gilmar Fabris

Ulysses Moraes (DC) estreante na Assembleia Legislativa defende a redução da verba indenizatória (VI) em 50% e que os deputados passem a prestar contas detalhadas de sua aplicação. Em tese, o posicionamento de Moraes não é superficial. Tanto não é que apresentou projeto para sustentá-lo. O presidente da Assembleia, Eduardo Botelho (DEM) ironiza o deputado em início de carreira sugerindo que primeiro se reduza a VI dele (Moraes) e que o mesmo preste contas da dinheirama que passa a receber a partir deste mês. No passado, também houve discussão parecida.
Assembleia, Tribunal de Justiça, Ministério Público, governo estadual e Tribunal de Justiça aparentemente se sentem num mundo diferente do real, quando se trata de vantagens e incorporações salariais, que não raramente superam o valor do salário. Tocar em redução de mamatas com deputados é o mesmo que falar sobre corda em casa de enforcado. Daí o deboche de Botelho sobre Moraes, que pede a redução da VI de R$ 65 mil para R$ 32,5 mil..
Em 1995 Gilmar Fabris presidia a Assembleia e propôs (conseguiu) dobrar o salário dos 24 deputados. Serys Slhessarenko era deputada petista de oposição ao governo e a mesa diretora do Parlamento, e esbravejou na imprensa. A deputada além de ser contra o aumento defendeu uma política salarial pela redução da remuneração dos parlamentares
Na primeira sessão após as manchetes sobre o posicionamento de Serys, o presidente disse que respeitava seu entendimento, e que via naquilo um gesto de grandeza. Na sequência sugeriu que a deputada levasse adiante seu plano de redução salarial dos parlamentares passando a receber somente o salário mínimo, de R$ 100 reais. “Menos do que isso não posso pagar, porque a lei não permite”, debochou Fabris.
Serys nunca mais falou sobre salário de deputado. A novela parece que acaba de ser retomada.
Da Redação
FOTO: Ronaldo Mazza – Assembleia Legislativa em arquivo recente
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