Trem da Ferrogrão está descarrilado política e judicialmente
Eduardo Gomes
@andradeeduardogomes
Relator da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) proposta pelo PSOL contra a exclusão de 862 hectares do Parque Nacional do Jamanxim (PA) para a passagem dos trilhos da Ferrogrão, o ministro Alexandre de Moraes (STF) suspendeu por 90 dias, a partir desta quinta-feira, 16, a tramitação desta ADIN. Com esta canetada do ministro a novela Ferrogrão é empurrada para agosto.
A Ferrogrão não passa de um sonho. Um sonho com mil quilômetros para ligar Sinop ao porto de Miritituba (de Itaituba) no Pará, onde um porto no rio Tapajós escoa commodities agrícolas mato-grossenses para a Ásia e Europa.
A birra ambiental do Ministério Público Federal, da Funai e do PSOL cerca o projeto por todos os lados. Um dos argumentos contra o mesmo é o Parque do Jamanxin, cujo limite foi alterado numa área de 862 hectares para dar passagem aos trilhos; o PSOL insiste que a alteração do limite tem cunho de inconstitucionalidade.
Em setembro do ano passado, Alexandre de Moraes suspendeu o caso Ferrogão por seis meses, enquanto em tese se buscava solução para o mesmo. De março até agora, aparentemente o projeto Ferrogrão hibernou.
Com tantas barreiras e sem que a bancada federal mato-grossense assuma sua bandeira com o vigor necessário, dificilmente os paraenses ribeirinhos ao Tapajós em Itaituba ouvirão o apito do trem, ora descarrilado. Coisas do Brasil.
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