Telex inspira nome de município mato-grossense

A evolução faz surgir e desaparecer máquinas, que no auge de sua utilização parecem ser o ponto máximo da tecnologia de ponta. Foi assim com o telex, nos anos 1960, 70 e 80. E essa engenhoca da comunicação acabou inspirando o nome de um dos maiores municípios agrícolas do Brasil, Tapurah, que tem 13.359 habitantes e se desponta no Nortão tanto pela produção e produtividade agrícola, quanto pela suinocultura e o moderno padrão das construções em sua sede.
Tapurah é um dos divisores das bacias do Juruena e do Teles Pires, ambos amazônicos. Sua colonização começou em 1969, com a venda de áreas pela Colonizadora Tapurah dos sócios Filinto Corrêa da Costa, Benedito Mário Tenuta e Sérgio Leão Monteiro, que compraram uma área denominada Cuiabá Norte, em Diamantino, de 40 mil hectares ou um pouco mais, porque não havia exatidão cartorial à época. Porém, os primeiros moradores chegaram ao lugar somente em 1970 e em 20 de novembro daquele ano a vila que mais tarde seria a cidade começou a se formar, com a abertura das primeiras ruas à margem da estrada que liga Cuiabá a Porto dos Gaúchos.

O NOME – A denominação Tapurah foi escolhida Filinto Corrêa da Costa em homenagem ao cacique Irantxe José Tapurá. O “h” no final da palavra foi um modismo americanizado encontrado por Corrêa da Costa, que segundo versão corrente, teria se inspirado no teclado de telex – um moderno meio de comunicação à época –, que não tem assentos gráficos.
Nas transmissões de telex, a última vogal da palavra, quando tem assento agudo, é acrescida da letra “h”. Exemplo: José se transforma em Joseh. Tapurá em Tapurah… José Tapurá era amigo de Corrêa da Costa, morava e liderava os índios Irantxe na margem esquerda do rio Cravari e tentou convencer seu povo a ceder uma área para o amigo branco. A rejeição foi total e resultou na sua destituição do cargo de cacique e numa espécie de exílio reserva Escondido, dos rikbaktsas, na margem esquerda do rio Juruena.
Extraído do livro Nortão BR-163: 46 anos depois, publicado pelo jornalista Eduardo Gomes de Andrade em 2016 sem apoio das leis de incentivos culturais.
FOTOS
1 – Arquivo
2 – Da mesma obra sobre os 46 anos da BR-163
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