Pedro Taques desconversa sobre Detran e diz que não é remédio para todos os males
“Não sou remédio para unha encravada, para curar câncer nem para todos os males do mundo”. Com essa frase reforçada por essa: “até as pedras do rio Cuiabá sabiam das irregularidades no Detran (no governo anterior, de Silval Barbosa)”, o governador Pedro Taques saiu pela tangente pelo não cumprimento de seu decreto baixado a 40 dias, determinando intervenção no Detran.
Taques assumiu essa postura na manhã desta segunda-feira, no Palácio Paiaguás, durante uma coletiva para apresentar o balanço da 13ª Caravana da Transformação, que aconteceu recentemente em Cuiabá.
Repórteres perguntaram sobre o escândalo da roubalheira no Detran, que resultou na Operação Bereré e em seu desdobramento, a Operação Bônus, na semana passada, que prendeu preventivamente o deputado estadual Mauro Savi (PSB) e os irmão Paulo e Pedro Taques – ambos primos do governador. Sobre a ação, Taques disse que não a conhecia e que, portanto, não poderia falar sobre ela, mas reconheceu a legitimidade do Ministério Público em investigar. Porém, ponderou que investigação não é condenação e citou a prisão do deputado federal Nilson Leitão, quando prefeito de Sinop, quando foi acusado de receber R$ 200 mil em propina da construtora Gautama, que construiria rede de esgoto naquela cidade. “O Nilson foi inocentado e indenizado”, observou.
O governador não soube responder a razão para o Detran não cumprir seu decreto editado há 40 dias, que determina intervenção em sua administração até que o contrato do governo com a empresa EIG Mercados, que seria o pivô da roubalheira, seja cancelado judicialmente. Taques limitou-se a informar que pediu ao controlador-geral do Estado, Ciro Rodolpho, que apure o caso (do não cumprimento do decreto pelo Detran).
O assunto Detran foi tratado na superficialidade pelo governador, que tradicionalmente mergulha em todas as perguntas que lhe são feitas nas coletivas. O estranho descumprimento do decreto e a lentidão do governo em cobrar seu cumprimento são ingredientes desse escândalo que envolve dois primos de Taques, o deputado Mauro Savi, que está preso; o presidente da Assembleia, Eduardo Botelho; os deputados Nininho, Baiano Filho, Wilson Santos, José Domingos Fraga e Romoaldo Júnior; o ex-deputado federal Pedro Henry; e outras figuras.
Eduardo Gomes/blogdoeduardogomes
FOTO: Arquivo/ Mayke Toscano
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