Série (VIII) – Em quem votar ou não votar – Vander Masson
Eduardo Gomes
@andradeeduardogomes
Vander Masson (União) de Tangará da Serra é o oitavo pré-candidato a prefeito focalizado pela Série Em quem votar ou não votar, que aborda aleatoriamente os nomes que estão em pré-campanha para a Prefeitura de Cuiabá e dos municípios de Barra do Garças, Várzea Grande, Sinop, Rondonópolis e outras importantes cidades mato-grossenses.
A série começou com Beto Farias (PL), de Barra do Garças; e prosseguiu com Lúdio Cabral (PT) e Victorio Galli (DC), ambos de Cuiabá; Mariano Kolankiewicz (MDB), de Água Boa; Teti Augustin (PT) e Adilton Sachetti (Republicanos), ambos de Rondonópolis; e Miltão PSOL), de Várzea Grande.
ELE – Vander Alberto Masson é um nepo baby. Nasceu em Nova Olímpia no dia 22 de junho de 1968. Técnico agrícola, administrador de empresas, empresário e político, Vander é filho de Saturnino Masson, que foi prefeito de Tangará, deputado estadual e deputado federal.
Por ser herdeiro político, Vander é nepo baby, nome que se dá a alguém cujos pais tiveram sucesso na mesma carreira que a sua, no caso a política. Esta denominação aplica-se a homem e mulher independentemente de sua idade.
POLÍTICA – Em 2016, filiado ao PSDB pela coligação Tangará em Boas Mãos, com o PTB e o PSDC, Vander disputou a Prefeitura de Tangará contra três candidatos. Sua chapa se completava a vice Clarice Grapeggia (PTB) e recebeu 12.446 votos. Fábio Junqueira (PMDB) venceu o pleito com 18.063 votos. Naquele ano, Saturnino Masson, pai de Vander, era deputado estadual tucano e foi seu principal cabo eleitoral.
Dois anos após a derrota para a prefeitura, Vander e seu pai tentaram uma dobradinha parlamentar tucana familiar. Ele para deputado federal e o pai para deputado estadual. Ambos foram derrotados. Saturnino recebeu 13.434 votos ficando numa suplência. Vander não foi além de 27.044 votos.
Em 2020 Vander concorreu com outros quatro candidatos e elegeu-se prefeito filiado ao PSDB na coligação É Tempo de União, formada com PDT/PSL/PTB/Podemos/PL/PV. Seu vice foi Marcos Scolari (PTB) e sua chapa recebeu 31.606 votos (72,73%).
Na eleição em 2018, quando foi derrotado para deputado federal o PP participava da composição de sua chapa. Em agosto de 2022 o deputado federal Neri Geller (PP) foi cassado por compra de votos e sua cadeira teria que ser ocupada por Vander, que era o primeiro suplente da coligação. No entanto, Vander escreveu uma carta abrindo mão do direito para o segundo suplente, Marco Marrafon (Cidadania), mas a lentidão da Justiça Eleitoral tanto em cassar Neri quanto em dar posse a Marrafon permitiu que o cassado permanecesse em plenário até o término do mandato.
Vander abriu mão do direito de ser deputado federal, optando por permanecer no cargo de prefeito, pois se assumisse o mandato da Câmara teria que renunciar a dois anos e quatro meses de poder na prefeitura. Caso tivesse renunciado ficaria sem mandato, porque seu ato não poderia ser anulado e a Câmara sumiu na bruma da lentidão judicial.
Na quinta-feira, 20 deste mês de junho encontrei-me casualmente com Vander na Assembleia Legislativa. Conversamos. Queria ouvi-lo sobre a pré-candidatura. Fiz uma pergunta que o deixou corado, mas ele foi salvo pelo gongo. Citei que Saturnino Masson foi um dos tucanos mais respeitados de Mato Grosso e que mesmo assim ele correu para o colo do União Brasil. Após um curto espaço em silêncio o prefeito respondeu que “a gente tem que ficar com quem trata a gente bem” – fazendo alusão ao governador Mauro Mendes, que controla o União Brasil.
Vander não chegou ao constrangimento, porque enquanto respondia passou por nós a prefeita reeleita de São Félix do Araguaia, Janailza Taveira. Janailza me viu e abraçou-me. Vander estava de costas para ela e foi o segundo a ser abraçado
O destino caprichou. Botando Vander e Janailza ao meu lado. Ambos trocaram de partido pelo União Brasil, na noite de 30 de maio de 2022; ela era filiada ao PSB do deputado estadual Max Russi, e ele, tucano, claro.
PAI – Saturnino Masson morreu em sua casa, aos 76 anos, em 7 de janeiro de 2021, vítima de um infarto. Ele se recuperava de um cirurgia de vídeo realizada em Cuiabá no dia 25 de dezembro anterior, para retirada de uma diverticulite. Com o adeus do pai, Vander perdeu seu grande inspirador, orientador e principal aliado político.
VICE – Perguntei a Vander quem seria seu companheiro de chapa. Lacônico, respondeu que a escolha do nome caberá ao PL do senador Wellington Fagundes. Questionei sobre o vice-prefeito Marcos Scolari, que trocou o PTB pelo PP e depois pelo PL. Vander limitou-se a dizer que Scolari não disputará eleição e que permanecerá dirigindo o Serviço Autônomo Municipal de Água Esgoto (SAMAE).
Em 2022 Scolari foi candidato a deputado federal pelo PL e não passou de 3.670 votos.

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