Senador insiste com CPI da Lava Toga, que divide bolsonarismo
O senador Alessandro Vieira (CIDADANIA/SE), autor do pedido de criação da CPI da Lava Toga, disse à Sputnik Brasil que a crise não é causada pela “Comissão, mas pela postura de pessoas que se elegeram prometendo combater à corrupção e se aliaram ao velho sistema”.
O parlamentar do Cidadania pretende protocolar nesta terça-feira (17) requerimento com as 27 assinaturas necessárias à criação da Comissão Parlamentar de Inquérito, que tem por objetivo “apurar fatos ligados à atuação do ministro Dias Toffoli (presidente do Supremo Tribunal Federal), especialmente no chamado inquérito das ‘fake news’, absolutamente irregular em sua instalação e desenvolvimento”, segundo Vieira.
Embora carregue uma das principais bandeiras do movimento que levou Jair Bolsonaro ao poder, o combate à corrupção, a CPI da Lava Toga encontra resistência por parte de alguns políticos do partido do presidente, o PSL.
Racha no PSL
Um deles é justamente seu primogênito, o senador Flávio Bolsonaro, que estaria atuando para barrar a abertura da Comissão. Nesta segunda-feira (16), a senadora peselista Selma Arruda anunciou que deixaria a legenda em troca do PODEMOS devido a pressões para retirar sua assinatura do pedido de CPI. Líder do PSL no Senado, Major Olímpico criticou Flavio, afirmando que quem deveria ir embora era ele.
Para Alessandro Vieira, “algumas pessoas que se elegeram prometendo combate à corrupção, prometendo o fim da mamata, prometendo mudança no sistema, chegando ao poder se aliaram ao velho sistema, num grande acordo de conveniência, onde os poderosos se protegem”.
Flávio Bolsonaro é acusado de querer impedir a instalação da CPI da Lava Toga por lealdade a Toffoli, que a pedido de sua defesa suspendeu as investigações em curso feitas com base em informações de órgãos de controle sem autorização judicial. O filho do presidente estava sendo investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro a partir de dados do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), que revelaram movimentação atípica de R$ 1,2 milhão na conta de Fabrício Queiroz, ex-motorista e assessor de Flávio à época que o parlamentar era deputado estadual.
O senador do PSL nega que sua postura contrária à CPI tenha relação com esse fato. Para ele, a Comissão criaria uma instabilidade institucional num momento em que o país precisa crescer economicamente e aprovar reformas. O guru do bolsonarismo, Olavo de Carvalho, também veio a público manifestar a mesma opinião, assim como outro filho do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro.
Sputnik Brasil com foto ilustrativa do Supremo Tribunal Federal
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