Senado derrota Wellington e não prorroga mandato de prefeito

Wellington Fagundes (PL) tentou, inclusive com uma proposta de emenda constitucional (PEC), que pede o adiamento das eleições municipais para 2022, mas não conseguiu. Em dois turnos o Senado aprovou ontem, 23, o adiamento dos pleitos, de 4 outubro para 15 de novembro – e de 25 de outubro para 29 de novembro em caso de segundo turno. Agora, a decisão passa pela Câmara dos Deputados, também em duas votações. Em Mato Grosso, pré-candidatos a prefeito e vereador comemoram, mas o não do Senado contraia Wellington e a Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), que defendem o casuísmo da prorrogação.
Essa alteração leva de arrasto a eleição suplementar ao Senado, para escolha de substituto da senadora cassada Selma Arruda (Podemos), que perdeu o mandato por crimes de caixa 2 e abuso de poder econômico. A briga pela cadeira é grande e reúne 12 nomes, e dentre eles, o vice-governador Otaviano Pivetta (PDT), o senador biônico Carlos Favaro (PDS), deputado federal José Medeiros (Podemos), ex-senador e ex-governador Júlio Campos (DEM), deputados estaduais Valdir Barranco (PT) e Elizeu Nascimento (DC), Gisela Simona (Pros) e Rúbia Fernanda (Patriota).
Se mantido pela Câmara, o calendário eleitoral muda o período das convenções. Passa a vigorar de 31 de agosto a 16 de setembro. A data da diplomação dos eleitos será 18 de dezembro. As convenções que homologaram os nomes ao Senado não sofrem alteração.
Mesmo com a pandemia e a data do pleito ainda pendente de definição, Mato Grosso vive clima político nos seus 141 municípios, onde quase todos os 1.406 vereadores ou são candidatos à reeleição ou disputarão mandato de prefeito ou vice.
Quem disputa prefeitura
Dentre os 141 prefeitos 103 podem tentar novo mandato e 38 são inelegíveis por serem reeleitos. Além dessas disputa haverá outra, em Boa Esperança do Norte, município que será instalado em 1º de janeiro de 2021.
Do grupo de 38 reeleitos, fazem parte seis que deixaram ou foram ou perderam o cargo: Josair Jeremias (PSB), de Dom Aquino, deixou a prefeitura e se lançou candidato a deputado federal, sem sucesso. Cinco foram cassados: em Primavera do Leste (Zeca Viana/PR), Bom Jesus do Araguaia (Joel da JM/PSDB), Ribeirão Cascalheira (Reynaldo Diniz/PL), Mirassol D’Oeste (Elias Leal) e Planalto da Serra (Angelina Pereira/PSDB).

Nos 24 maiores municípios – acima de 30 mil habitantes –17 prefeitos podem disputar a reeleição. São Eles; Emanuel Pinheiro (MDB), de Cuiabá; Zé Carlos do Pátio (SD), de Rondonópolis; Rosana Martinelli (PL), de Sinop; Ari Lafin (PSDB), de Sorriso; Flori Binotti (PSD), de Lucas do Rio Verde; Leonardo Bortolin (MDB), de Primavera do Leste; Alcindo Barcelos (PRB), de Pontes e Lacerda; Altir Peruzzo (PT), de Juína; Celso Garcia (PT), de Colniza; Érico Stevan Gonçalves (PRB), de Guarantã do Norte; Rafael Machado (PSD), de Campo Novo do Parecis; Maurício de Souza (PSDB), de Peixoto de Azevedo; Carlos Sirena (PL), de Juara; Raimundo Nonato Sobrinho (PSD), de Barra do Bugres; Noburu Tomiyoshi (PSD), de Colíder; Atail Marques do Amaral – Tata (PL), de Poconé; e Rônio Condão (PSDB), de Confresa.

Na mesma faixa populacional são reeleitos sete: Lucimar Campos (DEM), de Várzea Grande; Fábio Junqueira (MDB), de Tangará da Serra; Francis Maris (PSDB), de Cáceres; Beto Farias (MDB), de Barra do Garças; Asiel Bezerra (MDB), de Alta Floresta; Adriano Pivetta (PDT), de Nova Mutum; e Fábio Schroeter (PSB), de Campo Verde.
DISPUTA – A corrida pelas prefeituras e câmaras vai bem além dos nomes que estão e querem continuar no poder.
Há mais políticos sem mandato sonhando em se eleger do que político no exercício do cargo em busca da perpetuação.

Também há parlamentares estaduais e federais sonhando acordado com prefeituras. O deputado federal Juarez Costa (MDB) é pré-candidato a prefeito de Sinop, município onde cumpriu dois mandatos consecutivos no cargo que quer de volta.
O deputado federal Emanuel Pinheiro (PTB), que nasceu, reside e até recentemente era eleitor em Cuiabá, transferiu o título e arrumou um endereço em Várzea Grande, pra disputar a prefeitura com as bençãos do governador democrata Mauro Mendes, do senador Jayme Campos (DEM) e de seu pai e xará Emanuel Pinheiro (MDB), que é prefeito de Cuiabá.
A provável candidatura de Emanuel Pinheiro a prefeito de Várzea Grande não será um ato isolado. Ela se insere numa jogada política que tem outros vértices: a candidatura de Fábio Garcia (DEM), suplente de Jayme Campos a prefeito de Cuiabá, e a nomeação de Emanuel Pinheiro – o pai do deputado – conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), como prêmio de consolação pra que abra a mão de tentar a reeleição.
O deputado estadual Thiago Silva (MDB), quer ser prefeito de Rondonópolis, onde exerceu mandato de vereador.
Entidades municipalistas
A diplomação acontece em 18 de dezembro, o que permitirá que os eleitos e diplomados escolham a direção das duas entidades municipalistas: a AMM, que representa os prefeitos, e a União das Câmaras Municipais de Mato Grosso(UCMMAT), que reúne os vereadores. e cujos mandatos de seus presidentes se encerram juntamente com os de seus representados.
Quem preside a UCMMAT é Edclay Coelho (PSD) de Vila Bela da Santíssima Trindade, que foi eleito em 27 de fevereiro de 2019. O presidente da AMM é Neurilan Fraga (PL), que cumpre o terceiro mandato consecutivo, sendo que nos dois últimos foi eleito mesmo não sendo prefeito. Neurilan foi prefeito de Nortelândia em dois mandatos consecutivos. mas dirige a AMM na condição de executivo.
Redação blogdoeduardogomes
FOTOS:
1 – Agência Senado
2 – Sobre imagem da TV Globo
3 – blogdoeduardogomes
4 – Facebook de Emanuel Pinheiro
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