Boa Midia

Sem planejamento governo Mauro Mendes paga aluguel de equipamento desativado

Uma batata quente nas mãos de Mauro Mendes. Uma, não; duas. Em março deste ano (coincidentemente ou não) após uma reportagem deste site dando conta de que o governo havia recolhido  os dois OCR –  equipamento eletrônico que foi utilizado pelo Batalhão de Trânsito Urbano e Rodoviário da Polícia Militar e a Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito (Deletran) para identificação instantânea e simultânea de dezenas de placas de veículos em movimento; e que os mesmos seriam devolvidos à empresa que os aluga ao Detran, o presidente daquela autarquia,  Gustavo Reis Lobo de Vasconcelos, qualificou o aparelho como obsoleto e desnecessário. Transcorridos dois meses, a devolução não aconteceu e ambos estão jogados num canto do porão do poder, enquanto o contribuinte paga mensalmente R$ 40 mil pela locação e as blitze perdem em fluidez e produtividade.

Uma fonte sênior da Secretaria de Segurança Pública revela que os dois equipamentos estão no limbo: saíram de operação e não podem ser devolvido porque a empresa proprietária dos mesmos quer receber meses em atraso e cobra multa rescisória: são as duas batatas quentes nas mãos do governador, que em janeiro decretou estado de calamidade financeira por 180 dias e que considera Mato Grosso insolvente.

OCR é a sigla em inglês de de Optical Character Recognition (ou Reconhecimento Óptico de Caracteres) . Um pequeno equipamento ecoplado à viatura ou instalado em solo, que tem capacidade de múltipla leitura das placas dos veículos em trânsito em sua área. Nas blitze ele facilita o trabalho policial. Em maio de 2017 o Detran de Mato Grosso alugou duas engenhocas dessas e as mesmas ganharam destaques nas operações da Lei Seca. Tudo ia muito bem, até que policiais decidiram fazer uma blitz na MT-010 próximo ao trevo dos Florais – bairro de classe alta, onde moram figurões dos Poderes. A iniciativa não agradou o então governador Pedro Taques e uma ordem seca mandou tirar os dois de atividade. O preço mensal do aluguel de cada um é R$ 20 mil. Desde àquela época o contribuinte paga pela ociosidade de ambos. Com isso o governo de Taques criou os primeiros equipamentos fantasmas do mundo.

Em dezembro do ano passado, diante do calote na locação de viaturas a serviço do governo de Mato Grosso, a empresa dona das mesmas mandou recolhê-las. Temendo que o OCR também fosse retido na garagem da locadora, as duas instituições policiais os retiraram de suas viaturas.

Em março deste ano, blogdoeduardogomes denunciou esse escândalo. O governo rebateu o site. Vasconcelos disse que o OCR era obsoleto e desnecessário, e acrescentou que a rescisão seria amigável, sem multa para o governo Mauro Mendes. Dois meses depois as duas batatas estão nas mãos do governador.

Claro que a despesa mensal inútil de R$ 40 mil passa despercebida em meio ao volume financeiro orçamentário. Claro que que a Polícia Militar e a Polícia Civil não questionarão a desativação dos equipamentos. Claro que nem Deus sabe quando a locadora receberá. Claro que há prejuízo na operacionalização das blitze da Lei Seca. Claro que esse assunto passará ao largo do noticiário mato-grossense. Claro que novamente o site mostrou mais um pouco das entranhas do governo Mauro Mendes.

Eduardo Gomes – blogdoeduardogomes

FOTO: Detran de Pernambuco – Ilustrativa

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