RGA e secretaria: e agora, Allan Kardec?

Mauro Mendes tem controle sobre a legislatura que chega ao fim na Assembleia Legislativa e não será diferente com a nova, que assume em primeiro de fevereiro. Mesmo assim, na quarta-feira, 16, quando da primeira votação de parte de seu pacotão enviado aos deputados, para aquilo que ele chama de reorganização das finanças do governo, nem todos aprovaram a proposta sobre a Revisão Geral Anual (RGA). Allan Kardec (PDT) foi um deles.
O governador quer a aprovação de um projeto que deixa em aberto o pagamento da RGA dos servidores, condicionando-a ao caixa do Palácio Paiaguás. Perante uma galeria lotada e em protesto, os deputados Allan Kardec, Valdir Barrando (PT), Janaína Riva (MDB), Wilson Santos (PSDB), Max Russi (PSB) e Wancley Carvalho (PSC) votaram contra a proposta do Palácio Paiaguás. Desse grupo, Wancley não disputou a reeleição e deixa a Assembleia. Os demais permanecem em plenário, mas Allan Kardec foi indicado para a Secretaria de Cultura, Turismo, Esportes e Lazer de Mauro e ao assumir o cargo seu suplente será convocado.
O voto contrário de Allan Kardec despertou interesse de alguns formadores de opinião e virou assunto em mesas de prosa, mas longe da mídia, porque a tradição local sugere que não se deve questionar governador em começo de mandato, sob pena de retaliação na relação da prestação de serviço que costuma dar o tom do prestígio do dito formador.
Allan Kardec ficou e deixou Mauro de saia curta. Um secretário não pode confrontar o governador e, esse, por sua vez, não deve manter em sua equipe alguém que não reze por sua cartilha. O voto do deputado foi considerado corajoso, pelos formadores de opinião e, eles, aguardam o próximo passo dessa relação. Para alguns haverá abafa e tudo se acomodará. Para outros há o risco de que a viúva e o carrasco de seu marido subam ao altar e jurem amor até que a morte os separe.
Da Redação
FOTO: Assessoria de Comunicação da Assembleia Legislativa em arquivo recente
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