Refresco aos delatados por Riva

Delatados pelo ex-mandachuva da Assembleia Legislativa, José Riva, ganharam um refresco superior a um mês. Juízes aos quais as ações da delação foram enviadas estariam a um passo de expedirem mandados de busca e apreensão e de prisões, atendendo ao Ministério Público. Porém, o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Carlos Alberto Alves da Rocha, suspendeu o funcionamento da Justiça por 30 dias, a partir de hoje, 20 de março, até 20 de abril. O expediente somente será retomado no dia 22, pois a véspera é o feriado nacional de Tiradentes.
Algumas operações policiais estariam em fase preparatória para botar a mão em delatados, mas a pandemia do novo coronavírus adia as mesmas.
A homologação de Riva aconteceu na quinta-feira, 20 de fevereiro, numa decisão monocrática do desembargador Marcos Machado, do Tribunal de Justiça. O ex-mandachuva fechou acordo de delação com o Ministério Público e Machado o homologou. Os detalhes da delação e a relação dos delatados são guardados a sete chaves, sob segredo do justiça. O que se sabe, é que Riva devolverá R$ 92 milhões aos cofres públicos para ressarcir o rombo causado por ele e dezenas de outros, entre 1995 e 2014, período em que reinou na Assembleia e dava as cartas no governo.
A Imprensa divulgou uma suposta lista de delatados, com nomes de 38 deputados estaduais e ex-deputados estaduais, mas essa não seria a listagem oficial acordada por Riva com o Ministério Público. Outros nomes delatados não foram incluídos a ela, porém nenhum dos citados estaria fora da mesma. A lista dos jornalistas é a mesma revelada por Riva em 31 de março de 2017, numa audiência à então juíza Selma Rosane Arruda, da 7ª Vara Criminal em Cuiabá. À época, espontaneamente ele revelou que o ex-governador Blairo Maggi teria pago mensalinho a deputados, e citou um grupo de 38 parlamentares que teria mamado nas tetas do poder. O objetivo dessa audiência era ouvi-lo sobre um processo relativo a um suposto desvio de R$ 62 milhões da Assembleia.
Riva reside em Cuiabá. A Justiça permite que ele viaje a outros municípios mato-grossenses e até mesmo para fora do Estado. Isso para permitir que ele negocie imóveis, que pretende vender para integralizar a devolução de R$ 92 milhões. Em 3 de junho o ex-mandachuva começa a cumprir prisão domiciliar de 2 anos, pena essa resultante de seu acordo de delação.
Redação blogdoeduardogomes
FOTO: Maurício Barbant – site público da Assembleia Legislativa em arquivo
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