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Prefeito sofre ameaça de morte; e Justiça afasta vereador

Ameaçado de morte no final do ano passado, o prefeito de Aripuanã, Jonas Rodrigues da Silva, o Jonas Canarinho/PR (foto) denunciou o caso à polícia, no começo desta semana e também comunicou ao governador Pedro Taques. A Secretaria de Segurança Pública não comenta sobre as investigações em curso e o prefeito não teria pedido escolta para se proteger.

Não há detalhes sobre a situação em Aripuanã; o prefeito disse que desconhece a razão e não revela que tipo de ameaças sofreu. Porém, a luz amarela da Segurança foi acesa, pois em 15 de dezembro do ano passado, no vizinho município de Colniza (ex-distrito de Aripuanã), o prefeito Esvandir Antônio Mendes, o Vando da Colnizatur (PSB), foi assassinado a tiros ao volante de uma caminonete, que chegava à sua cidade; um secretário da prefeitura foi atingido por disparos, mas sobreviveu.

O assassinato em Colniza e a ameaça em Aripuanã podem ter a mesma motivação: briga entre prefeitos e vereadores por questões de recebimento de vantagens indevidas.

Nesta quarta-feira, 24, a Justiça acolheu pedido liminar efetuado pelo Ministério Público e determinou o afastamento cautelar de Clínio Tomazi (PSB), do cargo de vereador por Colniza. A decisão foi proferida um dia após a propositura da ação civil pública. Além do parlamentar, também foram acionados a esposa do vereador, Vera Lúcia Dias Tomazi; o empresário Maycon Furlam Requena e as empresas Tomazi Terraplanagem Ltda-ME e Maycon F. Requena Peças ME.

O grupo em Colniza é acusado de promover irregularidades em contrato emergencial firmado com a prefeitura para prestação de serviços de maquinário, no valor global de R$ 324 mil, violando os princípios da administração pública. Também pesa contra o vereador a suspeita de envolvimento no assassinato de Vando da Colnizatur.

O ex-Prefeito Esvandir Antônio Mendes, vítima de homicídio no mês passado, relatou que sofreu ameaça do vereador Clínio quando exonerou alguns parentes deste da prefeitura, bem como fez cessar o serviço que era prestado por meio das máquinas da empresa Tomazi Terraplanagem Ltda-ME”, destacou o juiz em sua decisão.

O juiz ressaltou que a manutenção do vereador no exercício do mandato pode trazer danos irreparáveis à instrução processual. Disse, ainda, que as provas colhidas no inquérito civil demonstram que o vereador era quem, de fato, prestava o serviço licitado para a prefeitura de Colniza, conforme apontou o MP.

“A vencedora do pregão, Maycon F. Requena-ME, subcontratou o objeto do contrato administrativo e ficava com apenas 5% do montante pago pela prefeitura – os outros 95 % eram repassados à empresa de sua esposa, Vera Lúcia. Ainda que isto não soasse absurdo, o edital da licitação não previa a possibilidade de subcontratação do objeto do contrato, caracterizando assim o ato ímprobo”, acrescentou.

ANALOGIA – Em casos iguais ao de Aripuanã a polícia não descarta linha de investigação, mas uma fonte policial adiantou que “ainda que aparentemente, há semelhança no assassinato em Colniza e a ameaça em Aripuanã”.

A associação dos prefeitos (AMM) não emitiu nota sobre a ameaça sofrida por Jonas Canarinho.

 

Eduardo Gomes/blogdoeduardogomes com assessoria do MP

FOTO: Arquivo

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