Boa Midia

PIB cai menos que o previsto, diz secretário especial de Fazenda

O pior da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus parece ter passado, disse hoje (22) o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues (foto). Em entrevista coletiva para explicar a nova projeção fiscal, ele disse que o Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país) está caindo menos que o previsto.

“A economia não teve uma queda tão intensa como o esperado. O fundo do poço foi em abril, e diversos dados mostram recuperação a partir de maio”, disse o secretário. Segundo ele, essa foi a principal razão para a equipe econômica ter mantido em 4,7% a estimativa de contração do PIB para 2020.

Divulgada na semana passada, a projeção de encolhimento de 4,7% do PIB consta do Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, enviado hoje ao Congresso Nacional. O documento elevou a previsão de déficit primário nas contas públicas para R$ 787,45 bilhões em 2020.

O déficit primário representa o resultado negativo nas contas do governo desconsiderando o pagamento dos juros da dívida pública. A pandemia do novo coronavírus, que provocou a elevação de gastos com medidas de ajuda à economia e de combate à doença, elevará o rombo nas contas públicas neste ano.

Receitas

Além do aumento dos gastos, a queda na arrecadação decorrente do achatamento da renda e da retração na economia influenciará o déficit primário. A última versão do relatório reduziu em R$ 17,62 bilhões a previsão de receitas líquidas para o governo federal neste ano. De acordo com Rodrigues, a queda foi pequena, se comparada ao total das receitas líquidas da União estimadas para 2020, de R$ 1,195 trilhão.

O relatório anterior, apresentado no fim de maio, tinha reduzido a previsão de receitas líquidas da União em R$ 111,25 bilhões. Em relação ao novo documento, que apontou diminuição adicional de R$ 17,62 bilhões, Rodrigues disse que a queda se concentra em receitas administradas (impostos e contribuições), principalmente a redução a zero do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para estimular o crédito.

Teto de gastos

Embora aponte elevação do déficit primário, o relatório prevê folga de R$ 2,804 bilhões no teto federal de gastos neste ano. Segundo Rodrigues, isso ocorreu porque a maior parte das novas despesas relacionadas ao combate à pandemia está sendo feita por meio de créditos extraordinários ao orçamento, que estão fora do cálculo do teto.

Desde a divulgação do relatório anterior, no fim de maio, o governo editou 11 medidas provisórias com créditos extraordinários, no total de R$ 235 bilhões. As maiores despesas foram a prorrogação do auxílio emergencial por dois meses, no total de R$ 101,6 bilhões, e o pacote de ajuda a estados e municípios, de R$ 60,15 bilhões.

Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil – Brasília
FOTO: Fábio Rodrigues Pozzebom – Agência Brasil

Comentários estão fechados.

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Vamos supor que você está bem com isso, mas você pode optar por sair, se desejar. Aceitar Leia Mais

Política de privacidade e cookies