Boa Midia

PANDEMIA- Um olhar do outro lado da fronteira com a Bolívia

Santa Cruz de la Sierra
Mato Grosso tem 983 quilômetros de fronteira com a Bolívia, país com 11 milhões de habitantes e uma área pouco menor que o Pará. Neste sábado, 4, no vizinho país andino, as autoridades sanitárias revelaram a existência de 157 casos positivos do novo coronavírus, sem registro de óbitos, segundo o ministro da Saúde, Aníbal Cruz.

Na Bolívia não há cotaminação comunitária e os casos são considerados importados – pessoas infectadas que contraíram a doença em contato com outros, no exterior. Porém, hoje, houve aumento de 18 casos, o que acendeu  luzes amarelas em La Paz. Desse registro, 14 foram em Santa Cruz de la Sierra, onde é intensa a presença de brasileiros matriculados em faculdades, sobretudo em cursos de Medicina, e de agricultores – parte desse pessoal reside em Mato Grosso.

Aqui, Vila Bela da Santíssima Trindade, lá, a Bolívia

A fronteira da Bolívia com o Brasil tem 3.400 quilômetros. Começa em Corumbá (MS) prossegue por Mato Grosso e Rondônia terminando na cidade de Brasileia, no Acre, separada de Cobija, pelo rio Acre. A parte mato-grossense mede 730 quilômetros em solo firme e 253 quilômetros por águas internacionais, nos municípios (sentido Sul/Norte) de Poconé, Cáceres, Porto Esperidião, Vila Bela da Santíssima Trindade e Comodoro.

Em caso de proliferação do vírus no país vizinho, o Brasil não conseguiria isolar  Mato Grosso completamente. É intenso o tráfego formiguinha de pessoas nos dois sentidos, tanto por rodovias como pelas  cabriteiras – picadas no cerrado. De ambos lados moram famílias formadas por casais binacionais, os chamados brasilianos (brasileira com boliviano) e bolivieiros (bolivianas com brasileiros).

Nos municípios da fronteira e na faixa de fronteira há bolivianos nas cidades e zona rural; do lado oposto se repete essa internacionalização, muito embora a Bolívia não permita que brasileiro tenha propriedade rural num raio  de 50 quilômetros da fronteira. No presídio em Cáceres – polo da região – parte da população carcerária feminina é formada por bolivianas presas em operações de combate ao narcotráfico – são as chamadas mulas, que transportam drogas de um para o outro país.

Por sorte, por enquanto,  não há notificação de casos do vírus nos municípios de ambos os lados da fronteira, onde não existe infraestrutura hospitalar na Bolívia e em Mato Grosso.

 

Eduardo Gomes – blogdoeduardogomes

FOTOS: 

1  – Wikpedia

2 – blogdoeduardogomes em arquivo

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