O Megaron conhecido e seu lado desconhecido
Considerado uma das maiores lideranças indígenas brasileiras, Megaron Txucarramãe, cacique em Capoto/Jarina e sobrinho do cacique Raoni é uma dualidade.
O Megaron que enfrenta o governo e empresários para defender seu povo e o rio Xingu é figura pública das mais conhecidas. Tem trânsito na cúpula da Funai, conta com as bênçãos de poderosas ONGs internacionais e tem cadeira cativa nas manchetes dos principais jornais brasileiros.
O outro Megaron, que bota em risco o meio ambiente, não é conhecido do povo brasileiro nem no exterior. Esse viajou ao Canadá para oferecer mogno – espécie protegida por lei – a uma empresa daquele país. Isso consta de seu depoimento prestado em maio de 2005 à CPI da Biopirataria na Câmara dos Deputados. Megaron disse que agiu com autorização do Ministério de Meio Ambiente e do Ibama.
O depoimento de Megaron não convenceu o deputado Hamilton Casara (PL/RO), no tocante ao suposto sinal verde que ele teria da Funai e do Ibama. Casara presidiu a sessão que o ouviu e tentou encontrar a ponta da meada de uma nebulosa venda para canadenses de 66 mil m³ de mogno retirado de terras indígenas.
Réu confesso, Megaron não foi condenado. A Funai e o Ibama fingiram que não tomaram conhecimento de seu depoimento. O Ministério Público Federal imitando vampiro quando vê claridade, não mostrou sua face.
Capoto/Jarina é uma área de 634.915,22 hectares que se espalham pelo Nortão e o Vale do Araguaia. É vizinha ao Parque Indígena do Xingu. Banhado pelo rio Xingu, é habitada por 1.388 indivíduos caiapós e tapaiúnas.
Da Redação
FOTO: Arquivo blogdoeduardogomes
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