Muitos candidatos e pouca renovação
MAJORITÁRIOS – Cinco chapas disputam o governo estadual, 11 concorrem ao Senado Federal, mas somente duas são compostas por candidatos estreantes
Poder é algo que fascina a classe política em Mato Grosso. Nas eleições de outubro somente duas entre as 16 chapas majoritárias que disputam votos não têm em sua composição candidato ocupante ou ex-ocupante de cargo eletivo na esfera estadual ou que não tenha concorrido em eleições anteriores. No Senado dois concorrem às eleições e na Câmara sete dos oito deputados estão à caça do eleitor. Na Assembleia Legislativa 21 dos 24 deputados da legislatura em curso estão em palanques atrás de votos.
CORRIDA AO GOVERNO – Cinco chapas concorrem ao governo. Quatro têm em sua formação políticos que em 2014 ou cumpriam mandados ou foram eleitos naquele ano ou disputaram mandato. A única chapa com candidato a governador e vice que nunca concorreram é formada por Arthur Nogueira e Sadi da ONG, ambos da Rede Solidariedade.
Numa chapa partidária que se completa com Rui Prado, José Pedro Gonçalves Taques tenta a reeleição. Ex-procurador da República, Taques começou sua carreira política em 2010 ao se eleger senador pelo PDT. Em 2014 renunciou ao Senado para assumir o governo, que conquistou em primeiro turno. Seu companheiro é o veterinário, produtor rural e sindicalista patronal Rui Carlos Ottoni Prado, 55 anos, sul-mato-grossense residente em Cuiabá. Rui presidiu o Sindicato Rural de Campo Novo do Parecis, a Federação da Agricultura e Pecuária (Famato) e a Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja) em Mato Grosso e nacionalmente. Em 2014, foi candidato ao Senado pelo PSD. Taques tem 50 anos, é cuiabano e reside em Cuiabá.
O senador republicano, veterinário e empresário Wellington Antônio Fagundes encabeça uma chapa que se completa com a servidora pública e advogada gaúcha Sirlei Teresinha Theis de Almeida (PV), 48 anos e residente em Cuiabá. Wellington foi deputado federal em seis legislaturas consecutivas a partir de 1991. Em 2014 chegou ao Senado. Em duas eleições foi derrotado na disputa pela prefeitura de Rondonópolis, sua cidade. Sirlei até então não disputou eleição. Wellington tem 61 anos, nasceu em Rondonópolis, onde reside.
O empresário e engenheiro eletricista Mauro Mendes Ferreira (DEM) disputa o governo numa dobradinha com o vice Otaviano Pivetta (PDT). Mauro foi prefeito de Cuiabá e perdeu uma eleição para a mesma prefeitura. Em 2010 candidatou-se ao governo, com o vice de agora e ficou em segundo lugar num pleito vencido em primeiro turno por Silval Barbosa. Otaviano Olavo Pivetta é empresário, por três vezes foi prefeito de Lucas do Rio Verde e perdeu a quarta eleição em 2016; foi deputado estadual e reside em Lucas. Mauro tem 54 anos, nasceu em Goiás e reside em Cuiabá.
A chapa partidária do PSOL tem o servidor estadual Moisés Franz para governador. O companheiro de Franz é o cuiabano Vanderley da Guia, o Enfermeiro Vanderley Guia, cuiabano, 41 anos, residente em Cuiabá, que foi candidato a deputado federal em 2014 recebendo 1.425 votos, e concorreu a vereador por Cuiabá em 2016 cravando 261 votos. Paulista, Franz tem 52 anos, é servidor público estadual e reside em Cuiabá.
A única chapa ao governo que tem candidato a governador e vice que nunca exerceram nem disputaram mandato é a da coligação Redefinindo Mato Grosso (Rede/PPL) encabeçada por Arthur Nogueira (REDE) e com o vice Sadi da ONG (Rede). O cuiabano Kellen Arthur Nogueira tem 44 anos, é policial rodoviário federal e foi superintendente de sua corporação em Mato Grosso; reside em Cuiabá. Sadi Oliveira dos Santos, o Sadi da ONG, é gaúcho, tem 58 anos, atua no ramo publicitário e reside em Cuiabá.
DUAS VAGAS AO SENADO – Nenhum senador tenta a reeleição. José Medeiros (Patriota) é candidato a deputado federal. Wellington Fagundes (PR) é candidato ao governo. Blairo Borges Maggi (PP) não disputa eleição. Blairo foi suplente do senador Jonas Pinheiro (1995/2002), governador eleito e reeleito em primeiro turno (2002 e 2006) e em 2010 tornou-se o primeiro político mato-grossense a ultrapassar 1 milhão de votos, quando se elegeu senador pelo PR com 1.073.039 votos numa chapa partidária que se completava com Cidinho dos Santos, primeiro suplente, e Rodrigues Palma, segundo.
José Antônio Medeiros, anos, potiguar, é policial rodoviário federal, foi candidato a deputado federal em 2006 pelo PPS recebendo 8.175 votos. Em 2010 elegeu-se primeiro suplente na chapa de Pedro Taques, que deixou o Senado pelo governo e ele assumiu o cargo.
As duas cadeiras que serão renovadas no Senado são disputadas por 11 chapas encabeçadas por Jayme Campos (DEM), Carlos Fávaro (PSD), Adilton Sachetti (PRB), Nilson Leitão (PSD), Procurador Mauro (PSOL), Gilberto Lopes Filho (PSOL), Sebastião Carlos (REDE), Selma Rosane (PSL), Aladir Leite (PPL), Maria Lúcia Cavalli (PCdoB) e Waldir Caldas (NOVO). Somente a chapa encabeçada por Waldir Caldas é formada por candidatos estreantes.
O empresário Jayme Veríssimo de Campos (DEM) concorre ao Senado. Foi prefeito de Várzea Grande em três mandatos, governador e senador. É marido da prefeita daquele município, Lucimar Campos, sua correligionária. Sua chapa se completa com o primeiro suplente e deputado federal democrata Fabio Paulino Garcia, 41 anos, engenheiro civil, brasiliense, e residente em Cuiabá – que cumpre o primeiro mandato eletivo; e com a pecuarista Cândida dos Santos Farias (MDB), 67 anos, viúva do ex-governador Wilmar Peres de Farias e mãe do prefeito de Barra do Garças, Roberto Farias (MDB); Cândida reside em Barra do Garças. Jayme tem 67 anos, é casado, nasceu e reside em Várzea Grande.
O produtor rural e ex-presidente da Associação dos Produtores de Milho e Soja de Mato Grosso (Aprosoja) Carlos Henrique Baqueta Fávaro (PSD), ex-vice-governador, está à frente de uma chapa que tem o empresário Geraldo de Souza Macedo (PSD), 53 anos, paranaense, residente em Cuiabá, na primeira suplência; e na segunda, o ex-deputado estadual em duas legislaturas e advogado José Esteves de Lacerda Filho (MDB), 66 anos, cacerense e residente em Cuiabá. Fávaro é paranaense, tem 48 anos, é casado e reside em Lucas do Rio Verde.
Adilton Domingos Sachetti (PRB) é deputado federal e foi prefeito de Rondonópolis de 2005 a 2008, tentou a reeleição, mas foi derrotado. Encabeça uma chapa com o primeiro suplente Francisco Bello Galindo Filho, o Chico Galindo (PTB), 63 anos, empresário, paulista e que foi deputado estadual, vice e prefeito de Cuiabá, onde reside. A segunda suplente é Alessandra Campos de Abreu Nicoli (PRB). Alessandra Nicolli, 38 anos, empresária, paranaense e mulher de Alessandro Nicoli que foi prefeito de Santa Carmem por dois mandatos; Alessandra Nicolli presidiu a Associação das Primeiras-Damas de Mato Grosso (APDM) e reside em Santa Carmem. Sachetti tem 62 anos, é catarinense, viúvo e reside em Rondonópolis.
O político Nilson Aparecido Leitão, 49 anos, sul-mato-grossense, deu o primeiro passo político em 1996 quando conquistou mandato de vereador pelo PSDB em Sinop, onde reside. Em 1998 disputou uma cadeira à Assembleia Legislativa e amargou suplência, mas em 1º de junho de 1999 virou deputado estadual por força de um rodízio parlamentar. Em 2000 foi eleito prefeito daquele município e em 2004 repetiu a dose.
Embalado com sua carreira política, Leitão concorreu a deputado federal em 2010. O resultado não o abalou, muito embora seu nome não constasse entre os oito eleitos. Naquele ano a Justiça Eleitoral batia cabeça com a Lei da Ficha Limpa, que não foi validada para o pleito de outubro. Mesmo sem vigência, na confusão, foram desconsiderados os 2.098 votos recebidos pelo candidato a deputado federal Willian Dias, o Tenente Willian (PTB), que disputou pela coligação Jonas Pinheiro (PSDB, DEM e PTB), o que resultou na posse de Ságuas Moraes (PT). Leitão brigou na Justiça por seus direitos e em 13 de julho de 2013 ficou com a cadeira até então ocupada por Ságuas. Em 20 de maio de 2014 assumiu a presidência da Frente Nacional da Agropecuária (FPA).
Reeleito em 2014 com 127.749 votos, Leitão foi o mais votado para o cargo naquele pleito em Mato Grosso. Foi vice-líder da Oposição na Câmara. Desde fevereiro deste ano lidera o PSDB na Câmara. Virou figura política nacional.
A chapa partidária de Leitão ao Senado se completa com o empresário Luís Carlos Oliveira Nigro, 48 anos, nascido e residente em Cuiabá, na primeira suplência, e a vice-prefeita de Água Boa e administradora de empresas Rejane Schneider Garcia, 52 anos, gaúcha, na segunda suplência.
Mauro César Lara de Barros (PSOL), o Procurador Mauro, nunca exerceu mandato eletivo, mas disputou as últimas cinco eleições. Sua chapa partidária ao Senado se completa com os suplentes José Roberto de Freitas Cavalcante, primeiro, e Manoel Parrião Birinha, segundo.
O Procurador Mauro foi candidato a prefeito de Cuiabá em 2008, quando recebeu 10.833 votos. Seus suplentes disputaram eleições em chapas lideradas por ele. Em 2010 disputou o Senado recebendo 97.803 votos numa chapa com os suplentes Manoel Parrião Birinha e Gilberto Lopes Filho. Em 2012 novamente disputou a prefeitura da capital, quando conquistou 16.920 votos e seu vice foi José Roberto Freitas Cavalcante. Na eleição de 2014 concorreu para deputado federal alcançando 84.208 votos, mas seu partido não alcançou votação suficiente para garantir uma vaga na Câmara. Em 2016, pela terceira vez, disputou a prefeitura, mas foi batido no primeiro turno, com 71.336 votos e seu companheiro de chapa foi José Roberto.
Procurador Mauro tem 43 anos, servidor público federal e músico, nasceu e reside em Cuiabá. José Roberto tem 56 anos, é advogado, sul-mato-grossense e reside em Cuiabá. Manoel Parrião tem 46 anos, é advogado, nasceu e reside em Cuiabá.
O servidor público federal Gilberto Lopes Filho nunca exerceu mandato, mas disputa eleições há algum tempo. Sua chapa partidária do PSOL se completa com os suplentes Evandro da Silva, o Vandoka, primeiro, e Jocimar Boone Wagner, o JB, segundo. Em 2004, pelo Prona, foi candidato a vereador por Cuiabá recebendo 137 votos; e em 2012 ao mesmo cargo e na mesma cidade, mas pelo PSOL, cravou 119 votos. Em 2010 Gilberto Lopes foi candidato a segundo suplente de senador na chapa encabeçada pelo Procurador Mauro. Em 2014 candidatou-se ao governo recebendo 5.570 votos. Vandoka, 36 anos, é cuiabano, motorista, reside em Cuiabá; em 2014 foi candidato a deputado estadual pelo PSOL recebendo 66 votos. JB tem 53 anos, é cacerense, militante político e reside em Cuiabá; em 2014 foi candidato a deputado estadual recebendo 66 votos pelo PSOL. Gilberto Lopes tem 55 anos, nasceu em Tesouro, é servidor público federal e reside em Cuiabá.
Sebastião Carlos Gomes de Carvalho é candidato ao Senado pela Rede Sustentabilidade e em 1982 foi vereador pelo antigo PMDB em Barra do Garças. Sebastião Carlos é escritor, presidente licenciado da Academia Mato-grossense de Letras e integra outras academias e institutos históricos; é conferencista, advogado e servidor público aposentado da Assembleia. Sebastião Carlos tem 70 anos, nasceu em Goiás, é casado e reside em Cuiabá.
Selma Rosane Santos Arruda (PSL) tem 55 anos, é juíza aposentada do Tribunal de Justiça, gaúcha e reside em Cuiabá. Selma nunca disputou eleição, mas o primeiro suplente de sua chapa partidária, Gilberto Eglair Possamai, o Beto Possamai, foi vereador por Sorriso, eleito pelo PSDB em 2004. Beto tem 49 anos, é gaúcho, produtor rural e reside em Sorriso. A segunda suplente Clérie Fabiana Mendes, 44 anos, paulista, servidora pública do Judiciário e que secretariou Selma, é estreante em eleição e reside em Cuiabá.
Aladir Leite Albuquerque (PPL), 60 anos, servidor público aposentado e advogado, goiano e residente em Cuiabá, encabeça a chapa ao Senado da coligação PPL e Rede. Aladir foi candidato a vereador por Cuiabá em 2000, pelo PRB (396 votos), em 2008, pelo PRB (232 votos) e em 2012, pelo PRB (383 votos). A chapa de Aladir se completa com a primeira suplente Sônia Maria Alves, 69 anos, almoxarife, paulista e residente em Cuiabá; e com o segundo suplente Antônio Marcos Leite da Silva, o Gordo Pé no Chão, 51 anos, paranaense, mecânico de manutenção e residente em Cuiabá.
Maria Lúcia Cavalli Neder (PCdoB), 67 anos, paulista, residente em Cuiabá, foi reitora da Universidade Federal de Mato Grosso ao longo de oito anos e nunca disputou mandato eletivo. Sua chapa se completa com o professor do ensino fundamental Gilmar Soares Ferreira (PT), 50 anos, sul-mato-grossense e residente em Várzea Grande. O segundo suplente é o engenheiro cuiabano Aluizio Emanuel Figueiredo Arruda (PCdoB), 70 anos, residente em Cuiabá. Gilmar foi candidato a vereador por Várzea Grande em 2016 pelo PT e recebeu 707 votos: antes, pelo mesmo partido, em 2014, concorreu à Assembleia e conquistou 8.624 votos. Aluizio foi candidato a deputado estadual em 2002 pela legenda do PSB.
A chapa partidária de Waldir Caldas (Novo) além de ser a única que tem componentes estreantes, também não lança mão dos recursos do Fundo Partidário destinado ao Novo. Waldir Caldas Rodrigues tem 63 anos, é sul-mato-grossense, advogado e ex-professor universitário. O primeiro suplente Givanildo Gomes tem 42 anos, é advogado e nasceu em Nortelândia. O segundo suplente Nicácio Lemes Júnior tem 59 anos, é paraibano, arquiteto e urbanista; os três moram em Cuiabá.
PROPORCIONAIS – Na Assembleis Legislativa, 21 dos 24 deputados disputam eleição, com 20 tentando a reeleição. Por razão de saúde, o deputado estadual Vancley Carvalho (PV), não se candidatou. Abatido após ser filmado recebendo pacotes de dinheiro que seria pagamento de mensalinho, segundo delação do ex-governador Silval Barbosa, o deputado estadual José Domingos Fraga (PSD), sai da vida pública, mas nega a afirmação de Silval. Baiano Filho (PSDB) não se candidatou, mas coordena a campanha do democrata Mauro Mendes ao governo.
Também na Assembleia, o deputado Leonardo Albuquerque não disputa a reeleição, mas concorre a deputado federal pelo Solidariedade. Em 2012 Leonardo foi candidato a prefeito de Cáceres pelo PSD e recebeu 21.318 votos, mas não se elegeu. Sua companheira de chapa foi a advogada Anne Christine Viegas Collegio Alves (PSB). Leonardo tem 40 anos, é médico, nasceu em Goiás e reside em Cáceres.
Na Câmara dos Deputados somente o médico petista Ságuas Moraes não disputa mandato. Ságuas por duas vezes foi prefeito de Juína, cumpriu dois mandatos de deputado estadual e está na segunda legislatura na Câmara.
Eduardo Gomes/blogdoeduardogomes – Material extraído de texto do mesmo jornalista no Jornal DIÁRIO DE CUIABÁ – edição 29 setembro 2018 Pág. A4 e em sua versão digital www.diariodecuiaba.com.br
FOTOS:
1, 2, 3, 5, 6, 9 e 12 Assessorias de campanha
4, 10 e 11 – Arquivo Dinalte Miranda
7, 8 e 13 – Arquivo blogdoeduardogomes
14 – Arquivo Eduardo Gomes
15 – Arquivo Agência Senado
16 – Twitter Blairo Maggi
17 – Arquivo Assembleia Legislativa
Comentários estão fechados.