Boa Midia

MP precisa apurar o que se passa na Santa Casa de Cuiabá

Santa Casa e o mistério do dinheiro público
Santa Casa e o mistério do dinheiro público

Instituição bicentenária com relevante folha de serviços prestados ao povo mato-grossense, sobretudo aos moradores na capital e Várzea Grande, a Santa Casa de Cuiabá está no centro de uma polêmica onde parece haver duas verdades. Em meio a essa discussão, que versa sobre destinação, recebimento e aplicação de recursos públicos para o funcionamento daquela unidade hospitalar filantrópica, ora suas portas estão abertas ora fechadas.

O Ministério Público Estadual tem que entrar em cena, agora. E quando o fizer estará começando tardiamente. O quadro desmoralizante que envolve a Santa Casa e a prefeitura de Cuiabá é extremamente grave e não pode ser apurado pela Câmara Municipal – que tem prerrogativa para tanto – por se tratar de um ente político representativo que não goza de suficiente credibilidade para tanto, a começar por sua condição de perdulária, uma vez que seu duodécimo para o ano em curso é de R$ 57 milhões – quem consegue torrar tanto dinheiro público assim não é indicado para tentar descobrir o que se passa no âmbito dos repasses da prefeitura para aquele hospital. A Câmara instalou uma CPI para tratar do caso, mas a exemplo de tantas outras, seu previsível desfecho será mais um pizza.

O Ministério Público tem plena condição de apurar o que realmente acontece e poderá nos dizer quanto se repassou, o que se fez com esse recurso, e quais as outras fontes financeiras do poder público irrigaram as contas bancárias da Santa Casa.

A incerteza coletiva é grande. Quem falta com a verdade: o prefeito Emanuel Pinheiro ou a Santa Casa?

É imprescindível que se apure a verdade o quanto antes e, se houver, – tudo indica que sim – desvio de recurso público, que o responsável ou responsáveis sejam levados à Justiça.

Além de apurar os fatos, o MP precisa encontrar alternativa para atendimento dos pacientes da Santa Casa, que estão ao léu. Ainda que se faça necessário judicializar esse atendimento, mas ele não pode continuar suspenso.

Pela vida dos pacientes da Santa Casa, pelo dever constitucional do Estado em prestar atendimento de saúde, em respeito ao erário público e pela moralidade o MP precisa atuar nesse caso.

Eduardo Gomes de Andrade – editor de blogdoeduardogomes

eduardogomes.ega@gmail.com

FOTO: Arquivo blogdoeduardogomes

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