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MOBILIZAÇÃO: Vote em Jayme e eleja Procurador Mauro

Voto em Jayme canibaliza conservadores e abre caminho ao Procurador Mauro

Uma mobilização política suprapartidária de produtores rurais, empresários e componentes de outros segmentos econômicos entrará em cena, de imediato, na tentativa de se conseguir o chamado voto útil ao Senado. Na noite de ontem, 26, um dos líderes do movimento, sob condição de anonimato em razão de sua ligação com uma das coligações que disputam o governo, revelou que a proposta é conscientizar o eleitor dito de direita a não votar em Jayme Campos (DEM) e a destinar seus votos a Adilton Sachetti (PR) e Selma Arruda (PSL), com a esperança de que um deles ultrapasse o Procurador Mauro (PSOL).

A mobilização será muito dinâmica e se espalhará pelos 141 municípios. Seus organizadores temem que a possível eleição do Procurador Mauro ao Senado prejudique Mato Grosso, por seu posicionamento – que na avaliação dos líderes do movimento – é radical e contrário aos interesses da economia mato-grossense.

A meta é convencer parte do eleitorado de Jayme a votar em Selma e Sachetti. Acreditam os organizadores que esse movimento não derrotará o democrata, que tem uma média superior a 30% nas pesquisas de intenções de voto. Segundo eles – Jayme poderá se eleger mesmo que seu número de votos baixe para algo em torno de 22% a 24%. Entendem que a economia como um todo precisa conquistar as duas cadeiras em disputa no Senado. A opção seria votar em Sachetti e Selma, para que um deles se eleja e se junte a Jayme.

Entendem os organizadores que mantida a média das intenções de voto para Jayme haveria canibalização política de uma das cadeira no Senado, o que facilitaria a eleição do Procurador Mauro, que conta com eleitorado de esquerda e o voto de protesto.

Questionei ao líder a razão para as ausências de Nilson Leitão (PSDB) e Carlos Fávaro (PSD) na relação das sugestões ao chamado voto útil. Ele argumentou que Leitão “é bom nome, mas está em queda”. Essa queda seria motivada pela associação da candidatura de Leitão ao projeto de reeleição do governador Pedro Taques (PSDB), que enfrenta alto índice de rejeição. Sobre Fávaro, o líder explicou que gostaria de ser seu eleitor, mas que lamentavelmente sua candidatura não conseguiu densidade e sua média de intenções de voto “é baixíssima”.

Novamente o questionei: isso não seria uma rasteira em Jayme, que também tem o perfil de direita? Ele disse “não”. Argumentou que a mobilização deverá conscientizar um número não muito grande de eleitores, e que Jayme mesmo perdendo entre 10% e 12% de seus votos será eleito, e que recebendo esse reforço nas urnas a segunda vaga será de Selma ou Sachetti, dependendo da votação que cada um receber fora da área de influência dessa proposta.

O participante do movimento observou que o plano não foi discutido com Selma e Sachetti. Ele acredita que tanto um quanto a outra, no primeiro momento, deverá recusar participar dessa manobra, mas que tão logo ela comece os dois deverão abraçá-la.

Questionei sobre os compromissos de Sachetti com a candidata ao Senado Maria Lúcia Cavalli (PCdoB), que participa da mesma aliança com ele, e que é liderada pelo candidato republicano ao governo Wellington Fagundes. Quase didático, o líder me explicou que Maria Lúcia tem uma faixa de eleitores da esquerda, e que portanto ela não se encaixaria nesse projeto. “Seria o mesmo que se tentar uma mobilização de esquerda com a participação do Adilton”, comparou.

Sobre Selma, o líder avaliou que ela tem uma candidatura isolada, depois de seu rompimento com Leitão. Acrescentou que ela poderia temer que uma dobradinha segmentada com Sachetti colocasse em risco sua tentativa de eleição, mas que ainda assim os riscos seriam menores do que um enfrentamento com o Procurador Mauro, que tem sua faixa de votos garantida. “A única forma de neutralizar o (Procurador) Mauro é não votar em Jayme”, resumiu.

Eduardo Gomes/blogdoeduardogomes
FOTO: Flickr da campanha de Jayme Campos

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