Mauro Mendes injeta R$ 15 milhões na Imprensa em quatro meses

Professores da rede estadual podem reclamar do governador Mauro Mendes (DEM). Quem depende da saúde pública, também. Motoristas que trafegam por rodovias esburacadas, então nem se fala. Quem tem medo da violência, pode se juntar às críticas a ele, mas donos de veículos de Comunicação se disserem um “a” sequer contra o homem que tem em mãos a chave do cofre mais cobiçado no centro do continente estarão cometendo imperdoável injustiça. Sabem por que? Somente no segundo quatrimestre deste ano, de maio a agosto, Mauro Mendes destinou R$ 15.244.044,70 para os felizardos empresários do ramo das notícias. Pra que fique bem claro, o montante foi de quinze milhões, duzentos e quarenta e quatro mil e quarenta e quatro reais e setenta centavos.

Essa dinheirama nem fez cócegas na destinação estabelecida para desembolso em 2019 nos cofres do empresariado da Comunicação. O total anual é de R$ 74.546.064,83. No citado quadrimestre o generoso governador não conseguiu quitar o montante previsto para  o período, mas pagou R$ 10.250.965,34 restando R$ 4.993.079,36. Esses números são oficiais e constam de um documento assinado por Mauro Mendes; o secretário de Fazenda, Rogério Gallo; a secretária-adjunta do Tesouro, Fabrícia Monaski da Cunha; e a secretária-adjunta da Controladoria Geral do Estado, Anésia Cristina Batista.

Todo pagamento foi feito de forma legal. Não há ilicitude na movimentação da dinheirama. Quanto a isso não há o que discutir. O que poderia ser questionável para alguns, não é crime, como por exemplo: derramar dinheiro na Imprensa num período que em hospitais públicos estavam fechados; pagar por divulgação de mídia com milhares de professores em greve; e engordar os cofres de empresários da Comunicação com o servidor recebendo salário escalanado e com o 13º em atraso.

Portanto, quem é internauta e acessa sites contemplados com a dinheirama pública em Mato Grosso fortalece a relação de Mauro Mendes com os empresários que os controlam. Quanto mais acessos, mas verba publicitária. Paralelamente a essa relação pode ocorrer silêncio editorial sobre escândalos e incompetência administrativa, mas caberá ao internauta decidir se deve ou não tentar botar fim a essa prática ou se continuar deliciando com o conteúdo jornalístico que mostra o governo por todos os ângulos, inclusive aquele que revela a pajelança de Mauro Mendes dançando com índios para pedir chuva – um texto comovente, humano e totalmente desprovido de interesse comercial: é o que se chama empenho jornalístico.

Sobre a greve dos professores, que começou em 27 de maio e se estendeu a 14 de agosto: foi a mais longa de Mato Grosso, com 75 dias de protesto e braços cruzados. Os professores reivindicavam o cumprimento da Lei Complementar 510 e a recomposição geral anual (RGA). Claro que Mauro Mendes não os atenderia. Primeiro teria que prestigiar seus amigos da Imprensa.

Lei 510

Em 11 de novembro de 2013 o governador Silval Barbosa sancionou uma lei complementar (510) de sua autoria, aprovada pela Assembleia Legislativa que criou um realinhamento para efeito de ganho real. A mesma estabelecia aumento de 5% em 2014; de 6% em 2015; de 7% em 2016; e de 7,69% entre os anos de 2017 e 2023. Sua aprovação foi duramente negociada com o sindicato da categoria (Sintep), mas sua sanção pacificou o espírito grevista que tomava conta de dirigentes da categoria à época. recomposição geral anual (RGA).

RESUMO – Como se vê nenhum governante consegue agradar a todos. Mauro Mendes desprestigiou os profissionais da Educação, mas fez a alegria do pessoal da Comunicação. Quanto aos problemas da saúde pública, eles são crônicos e não seriam algumas mortes que iriam demover o governador de injetar dinheiro nas redações ao invés de aplicá-lo para assegurar tratamento hospitalar na rede pública.

Redação blogdoeduardogomes

FOTO:

Tchélo Figueiredo – Governo de Mato Grosso – Divulgação